Luan Monteiro

Nos últimos meses o governo de Israel, liderado por Benjamin Netanyahu, vem buscando escalar ainda mais o conflito na Faixa de Gaza, onde o país comete atrocidades contra civis há 13 meses. Netanyahu busca, agora, lutar um conflito em três frentes para conseguir seu objetivo final: atrair os Estados Unidos para dentro do Oriente Médio.

Com ataques contra o Líbano, afirmando estar lutando contra o Hezbollah, e contra o Irã, que é o maior inimigo de Israel, o governo israelense começa esforços que podem desencadear, inclusive, uma guerra nuclear.

O Líbano em si não possui muita capacidade militar para lutar contra Israel na fronteira sul. Porém, o Hezbollah, grupo político que possui influência no país, tem um exercito robusto e bem treinado, além de equipamentos de guerra. Mas a questão nuclear, no entanto, não passa pelo território libanês.

O problema para Israel se chama Irã. O atrito entre os dois países começou por iniciativa israelense quando Netanyahu decidiu matar um oficial do Hamas dentro de Teerã, capital do país persa. O ataque foi visto como uma grande quebra de soberania, o que causou retaliação em Tel Aviv.

Agora, a tensão continua escalando. Os ataques constantes contra o Líbano, aliado do Irã, e os crimes de guerra cometidos em Gaza, faz com que o Irã se torne mais imponente dentro dos conflitos. Além disso, ataques contra território iraniano faz com que os persas voltem a ter o instinto de vingança.

A escalada deve continuar e intensificar quando Donald Trump reassumir a Casa Branca, em janeiro de 2025. O agora presidente eleito é um grande amigo de Netanyahu e aliado de Israel. Em seu primeiro mandato, Trump reconheceu Jerusalém como capital de Israel, o que serviu como sinalização de apoio ao regime de Netanyahu. Agora, com sua eleição, o primeiro-ministro israelense já ligou para parabenizar o presidente eleito e, na ligação, conversou “sobre o Irã”.

Já o Irã, com seu grande arsenal nuclear, seu exercito com milhões de homens e seus recursos, tem atritos com o Ocidente há séculos. E, caso precise retaliar, dependendo da intensidade é possível que Netanyahu consiga o que sempre quis: trazer os Estados Unidos para seus conflitos.

Para o primeiro-ministro, não basta os cheques bilionários assinados pelos contribuintes estadunidenses, ou as milhares de armas, caças e tanques que ele utiliza para assassinar crianças e mulheres em Gaza. Netanyahu quer soldados americanos para que ele consiga, através de sangue derramado de povos que não são o dele, fazer com que o sionismo consiga seu objetivo de limpar a Palestina da terra.