Barbara Noleto

A conquista das mulheres na delegação brasileira dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 é um marco histórico. Pela primeira vez, as mulheres serão maioria, representando 55% dos atletas brasileiros. Esse avanço é fruto de uma longa luta por direitos e igualdade no esporte e na sociedade.

Historicamente, as mulheres enfrentaram grandes desafios para serem reconhecidas no esporte. Desde a primeira participação feminina do Brasil nas Olimpíadas, com Maria Lenk em 1932, até as primeiras medalhas femininas em Atlanta 1996, o caminho foi árduo. Por isso, as atletas tiveram que superar preconceitos, falta de apoio e infraestrutura inadequada.

Foi só em 1979 que as mulheres garantiram o direito de praticar futebol, na mesma década em que as mulheres passaram a poder ter cartão de crédito. O voto feminino veio pouco antes, em 1932. E vale lembrar que várias conquistas, hoje tidas como garantidas, são mais recentes do que pensamos. Importunação sexual se tornou crime apenas em 2018.

O sucesso das mulheres nos esportes coletivos, como futebol, vôlei, handebol e rugby, demonstra a capacidade de trabalho em equipe e a determinação das atletas brasileiras. Além disso, esportes individuais, como a ginástica artística, também mostram a força e a habilidade das mulheres, com destaques como Rebeca Andrade. Esses avanços não são apenas números, mas representam uma mudança cultural significativa.

Mulheres ruma a igualdade de gênero

Raíssa Leal, atleta do skate | Foto: Reprodução

A igualdade de gênero nas Olimpíadas de Paris 2024, com o mesmo número de vagas para homens e mulheres, é um passo importante. Portanto essa medida promove um ambiente mais justo e competitivo, incentivando a participação feminina em todas as modalidades. O impacto dessa igualdade vai além dos jogos; inspira meninas e jovens mulheres a seguirem seus sonhos no esporte.

No Brasil, podemos ver um exemplo nítido: a fadinha do skate. Uma menina que viralizou nas redes e se tornou uma jovem mulher campeã olímpica. Graças à ela, uma geração de meninas se interessou pelo esporte, e até acompanhou as olimpíadas pela primeira vez.

Essa conquista é um sinal positivo para o futuro. As próximas gerações de meninas atletas terão mais oportunidades e modelos a seguir. A luta por direitos das mulheres no esporte está longe de acabar, mas cada vitória pavimenta o caminho para um futuro mais igualitário e inclusivo.

O avanço das mulheres na delegação olímpica brasileira é motivo de celebração e esperança. Que essa conquista inspire mais mudanças e que, no futuro, possamos ver um mundo cheio de “fadinhas”. Um Brasil onde a igualdade de gênero no esporte seja a norma, não a exceção. As meninas de hoje serão as campeãs de amanhã, quebrando barreiras e conquistando o impossível.