Cármen Lúcia cobra explicações sobre investigação que mantém Karol Digital presa no Tocantins
07 novembro 2025 às 13h05

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O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a executar o despacho da ministra Cármen Lúcia no caso da influenciadora Karol Digital, acusada de chefiar um esquema de jogos de azar que teria movimentado R$ 217 milhões no Tocantins.
Nos últimos dias, o sistema do STF registrou uma série de movimentações na Reclamação 86.837, que tramita sob segredo de Justiça. Entre os dias 4 e 6 de novembro, a Secretaria Judiciária do Supremo confirmou a expedição de ofícios eletrônicos para o juiz da 1ª Vara Criminal de Araguaína e para a Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado (DEIC) de Palmas, em cumprimento ao despacho de Cármen Lúcia.
Em despacho datado de 3 de novembro, a ministra havia determinado que as duas autoridades prestassem informações em até 48 horas sobre o andamento do inquérito que embasa a prisão de Karol Digital, do namorado Dhemerson Rezende Costa e da mãe Maria Luzia Campos de Miranda. A defesa alega que as investigações seguem em curso mesmo após o oferecimento da denúncia e que há restrição de acesso aos autos, o que, segundo os advogados, viola a Súmula Vinculante 14, que garante o direito de consulta plena aos elementos do processo.
“Oficie-se ao juízo da Primeira Vara Criminal da comarca de Araguaína/TO (Processo n. 0020338-27.2025.8.27.2706) e à Primeira Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado de Palmas/TO (Inquérito Policial n. 12361/2023 (0024286-45.2023.8.27.2706) para, no prazo máximo de quarenta e oito horas, prestar informações pormenorizadas sobre o alegado na presente reclamação e elucidar os fundamentos pelos quais se restringiria a ciência plena dos dados pretendida pela defesa”, diz a ministra em parte do despacho.
Os registros do STF indicam que três comunicações, os ofícios nº 23232, 23237 e 23349/2025, foram assinadas e remetidas às autoridades tocantinenses entre os dias 4 e 5 de novembro. Agora, o Supremo aguarda as respostas oficiais para avaliar se houve abuso ou violação de garantias da defesa.
Operação Fraus
Karol Digital está presa desde 22 de agosto, quando foi alvo da Operação Fraus, deflagrada pela Polícia Civil e pelo Ministério da Justiça. Ela e outros três acusados respondem por organização criminosa, lavagem de dinheiro e exploração de jogos de azar. O Ministério Público afirma que o grupo simulava ganhos em apostas do tipo “Tigrinho” para atrair jogadores e movimentou mais de R$ 200 milhões por meio de contas pessoais e empresariais.
