A Justiça da 1ª Vara Criminal de Araguaína manteve a prisão preventiva da influenciadora Maria Karollyny Campos Ferreira, a Karol Digital, e de seu namorado, Dhemerson Rezende Costa, ao realizar a reavaliação periódica obrigatória prevista no artigo 316 do Código de Processo Penal. A análise, exigida a cada 90 dias, concluiu que não houve qualquer fato novo capaz de modificar o quadro que justificou o encarceramento decretado em agosto de 2025.

O despacho reforça, ponto a ponto, os fundamentos da decisão original, reitera que permanecem indícios robustos de que o grupo operava um esquema de exploração de jogos de azar, lavagem de capitais, crimes contra a economia popular, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência e associação criminosa. A investigação aponta movimentação superior a R$ 217 milhões entre 2019 e 2025.

Segundo o juiz Carlos Roberto de Sousa Dutra, os elementos reunidos demonstram que a soltura dos réus representaria risco concreto à ordem pública, à instrução criminal e à aplicação da lei penal. A decisão afirma que: há movimentação financeira milionária e incompatível com a renda declarada; o grupo utilizava empresas de fachada, laranjas e transferência de bens para ocultar patrimônio; existem indícios de dissipação de ativos, adulteração de provas e manipulação de testemunhas; o potencial econômico da organização pode financiar fuga; o impacto social das condutas causa ruína financeira e depressão em vítimas, caracterizando ameaça à ordem econômica.

Detalhamento dos principais investigados

Maria Karollyny (Karol Digital):

Apontada como figura central do esquema, é investigada por contravenção penal de jogo de azar, lavagem de capitais, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência e associação criminosa. A decisão ressalta a “gravidade concreta” das condutas, a ocultação de bens de luxo e conversas que sugerem práticas de corrupção.

Dhemerson Rezende:

A despacho registra que ele recebeu R$ 159 mil diretamente de Karol e movimentou R$ 9,49 milhões entre 2019 e 2024 sem declarar Imposto de Renda. Na decisão, o magistrado pontua que há fortes indícios de que suas contas eram usadas para sacar recursos ilícitos dos jogos e para operações de lavagem de dinheiro.

Sem elementos para relaxamento da prisão

Ao final, o magistrado conclui que todos os fundamentos da prisão preventiva permanecem íntegros, com a afirmação de que “não existem fatos novos que recomendem sua reversão”.

A influenciadora está na Unidade Penal Feminina de Ananás, e Dhemerson segue preso em Araguaína. Também são réus no processo a mãe dela, Maria Luzia Campos de Miranda, e o empresário Cristiano Arruda da Silva