A fuga de Zambelli mostra que a Justiça deve estar atenta a novas tentativas diante do julgamento do golpe

04 junho 2025 às 09h20

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A deputada Carla Zambelli foi condenada pelo STF a 10 anos e 8 meses de prisão por articular a invasão ao sistema do CNJ com ajuda de um hacker. Segundo a Corte, ela incentivou a prática criminosa para desacreditar o Judiciário. Após a condenação, fugiu do Brasil e declarou não confiar na Justiça. Esse gesto reforça o desprezo por instituições democráticas e acende um alerta no STF quanto ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que é réu por tentativa de golpe de estado.
Mesmo envolvida com crimes digitais, Zambelli já vinha de uma trajetória marcada pelo radicalismo. Desde que sacou uma arma contra um cidadão em 2022, sua imagem se desgastou. Ainda assim, manteve apoio de setores extremistas e propagou desinformação. A fuga foi só mais comprovação deste padrão problemático da extrema direita brasileira que há tempo vem ficando sem argumentos para se defender.
O uso de passaporte italiano e a saída rápida do país levantam suspeitas de fuga premeditada. A Procuradoria-Geral da República pediu sua prisão preventiva, mas pode ser tarde. Ela mesmo disse que na Itália ela é “intocável”.
A partir de agora a Justiça deve estar atenta para novas fugas premeditadas como a de Zambelli. Ataque hacker ao Judiciário Brasileiro são crimes, que em hipótese nenhuma devem ficar impones ou serem anistiados. A atitude de Zambelli deve servir como exemplo do que não pode ser tolerado.