O advogado Thiago Marcos Barbosa de Carvalho, preso desde março no âmbito da Operação Sisamnes, deixou a Unidade Penal Regional de Palmas (UPRP) na tarde desta quarta-feira, 31. O alvará de soltura foi expedido após decisão do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que revogou a prisão preventiva do jurista. Por volta das 16h, o documento já tramitava para o cartório do presídio. “Saio de cabeça erguida e vou provar minha inocência”, disse.

A soltura marca o fim do regime de prisão para todos os investigados da operação no Tocantins. Thiago é sobrinho do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) e estava detido desde 18 de março, acusado de participação em esquema de venda de decisões judiciais e vazamento de informações sigilosas. Ele ocupava à época um cargo no Ministério Público do Tocantins, no gabinete do procurador Ricardo Vicente.

A defesa, composta pelos advogados Lucas Mendonça Cavalcante (Brasília), Beatriz Castro Cavalcante e Evellin Faquini, que também é esposa de Thiago, celebrou a decisão. “Graças a Deus conseguimos a revogação”, disse Evellin ao Jornal Opção Tocantins, enquanto acompanhava os trâmites finais da soltura.

Em nota, os advogados afirmaram que o cliente poderá agora comprovar sua inocência em liberdade: “Recebemos com serenidade a decisão do eminente ministro Cristiano Zanin, que revogou a prisão preventiva do Dr. Thiago. Com sua liberdade restabelecida, ele poderá responder à imputação que lhe foi dirigida e comprovar sua inocência.”

Operação Sisamnes

Deflagrada a partir da análise de mensagens extraídas do celular do advogado Roberto Zampieri — assassinado em setembro de 2023, em Cuiabá —, a Operação Sisamnes identificou indícios de um suposto esquema de interferência em processos judiciais. As conversas apontavam envolvimento de advogados, magistrados e servidores públicos na negociação de decisões e repasse de dados sigilosos.

Além de Thiago, já haviam deixado a prisão o prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos, no último dia 17, e os investigados Marco Albernaz (policial civil) e Antônio Ianowich (advogado), liberados no dia 24.

Com a decisão do STF, todos os réus agora respondem ao processo em liberdade.