MPF pede colaboração de indígenas em investigação sobre morte de jovem em Canuanã

11 setembro 2025 às 15h44

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O procurador da República no Tocantins, Álvaro Manzano, gravou um vídeo dirigido às comunidades indígenas do estado, em especial aos moradores das aldeias Canuanã, São João e Txuiri. A manifestação ocorreu após o crime registrado no último sábado, 6, na aldeia Canuanã, região de Formoso do Araguaia, onde a jovem indígena Harenaki Javaé, de 18 anos, foi encontrada sem vida, com o corpo cortado e parcialmente carbonizado.
Álvaro Manzano afirmou que, diante do crime, o Ministério Público Federal (MPF) reuniu os órgãos de segurança para discutir medidas de responsabilização. Segundo ele, a colaboração da comunidade é fundamental. “Só poderemos obter as informações necessárias para que os culpados sejam efetivamente punidos, se nós tivermos a colaboração dessas pessoas que tiveram conhecimento, que viram os fatos que podem apresentar essas denúncias”, disse.
No vídeo, o procurador destacou que cuidados serão tomados para garantir o anonimato das denúncias. “Podemos utilizar de algumas ferramentas para que essas pessoas não venham sofrer qualquer tipo de represálias”, afirmou.
Ele ainda pediu que os moradores “procurem a própria Polícia Civil, a Funai [Fundação Nacional dos Povos Indígenas] ou mesmo o Ministério Público Federal” e reforçou que “estou à disposição de todos para que possamos encaminhar as investigações sobre esse fato”.
Manzano acrescentou que “é lamentável que mais uma vez uma mulher indígena tenha sofrido uma violência tão grave” e destacou que “não podemos deixar esse fato passar impune”.
Entenda o caso
O caso ocorreu no último sábado, 6. Harenaki foi encontrada morta com sinais de violência sexual. De acordo com as investigações preliminares, a jovem apresentava transtornos mentais e estava no início de uma gestação.

O crime teve repercussão estadual e nacional. A Funai, a Articulação dos Povos Indígenas do Tocantins, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, a Secretaria da Segurança Pública do Tocantins (SSP) e a Prefeitura de Formoso se manifestaram, cobrando mais proteção às comunidades tradicionais e às mulheres em situação de vulnerabilidade.
A SSP-TO informou que, devido ao sigilo do inquérito, não pode divulgar informações sobre diligências em andamento ou possíveis suspeitos.
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