Auditoria do TCE recomenda que Prefeitura de Palmas rescinda contrato com empresa de limpeza
28 dezembro 2024 às 17h47
COMPARTILHAR
No começo de dezembro, Palmas passou por uma crise na gestão de resíduos sólidos, com a interrupção dos serviços de coleta de lixo, resultando em transtornos à população. Documentos oficiais do Tribunal de Contas do Estado do Tocantins (TCE/TO) e uma denúncia formal protocolada por um cidadão que o Jornal Opção Tocantins teve acesso revelaram falhas administrativas graves e descumprimentos contratuais.
A auditoria sobre o contrato nº 044/2022, firmado entre a Prefeitura de Palmas e a empresa M Construções & Serviços Ltda., foi conduzida pela Coordenadoria de Análise de Atos, Contratos e Fiscalização de Obras e Serviços de Engenharia do Tribunal de Contas do Estado do Tocantins (TCE/TO). O relatório, assinado por Dener Alves de Souza, auditor de Controle Externo, e Eduardo Pereira Valim, coordenador, destacou irregularidades graves que embasaram a recomendação de rescisão do contrato.
A recomendação do TCE/TO exige que a Prefeitura de Palmas detalhe questões fundamentais antes de decidir sobre a rescisão do contrato: A auditoria identificou descumprimentos contratuais por parte da empresa e atrasos nos pagamentos pela Prefeitura, culminando na interrupção dos serviços.
Conforme a recomendação, a análise jurídica deve considerar se a rescisão é o caminho mais adequado para resguardar o interesse público; verificar se a contratada possui condições de cumprir as obrigações estabelecidas com qualidade e continuidade, incluindo o respeito a direitos trabalhistas e benefícios garantidos em convenções coletivas; avaliar se os valores pagos à empresa estão alinhados à média de mercado para serviços semelhantes. Essa análise poderá embasar uma eventual nova licitação ou renegociação contratual.
Além disso, o município deve desenvolver alternativas para evitar que a população sofra com a descontinuidade do serviço, caso a rescisão do contrato seja oficializada. Isso pode incluir nova licitação ou contratação emergencial e identificar se a interrupção dos serviços resultou em violações às normas ambientais e em crimes ambientais, como a poluição causada pelo acúmulo de resíduos sólidos.
A prefeitura, ainda deve apresentar resposta fundamentada ao TCE/TO no prazo estipulado, detalhando medidas adotadas para resolver as falhas apontadas. É esperado que o município garanta soluções práticas para mitigar os prejuízos e evitar a repetição de problemas semelhantes no futuro.
O Jornal Opção Tocantins solicitou um posicionamento da prefeitura de Palmas sobre o caso e aguarda um retorno.
Histórico
A paralisação dos serviços de coleta de lixo em Palmas ocorreu no começo de dezembro devido a atrasos nos pagamentos dos trabalhadores, causando acúmulo de resíduos em diversos bairros. Contêineres transbordando em áreas próximas a hospitais, escolas e comércios geraram mau cheiro e riscos à saúde pública.
Na época, após reunião com a empresa responsável, a prefeitura anunciou o pagamento das pendências e prometeu normalizar a coleta por meio de uma força-tarefa. No entanto, a chuva intensificou o problema, espalhando resíduos pelas ruas e causando alagamentos em pontos como a Avenida Teotônio Segurado e o Lago Norte. Moradores relataram semanas sem coleta, acumulando lixo e galhadas, aumentando a proliferação de animais peçonhentos.