O capim-dourado, uma das mais importantes riquezas culturais do Tocantins, foi oficialmente reconhecido como manifestação da cultura nacional em uma lei sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta semana. A nova legislação, publicada no Diário Oficial da União, destaca a relevância dessa matéria-prima amplamente utilizada por artesãos tocantinenses e reafirma a importância de sua preservação e uso sustentável. Durante o lançamento do programa “Acredite no Seu Negócio”, que busca fortalecer a exportação de pequenos empreendimentos artesanais brasileiros, o presidente Lula foi presenteado com uma peça de capim-dourado, celebrando a mais recente sanção.  

Considerado um dos maiores símbolos culturais do estado, o capim-dourado é conhecido por seu brilho metálico, similar ao ouro, e é a base de uma variada produção artesanal que vai desde biojoias até objetos decorativos e utilitários. Esse artesanato gera sustento para muitas famílias, especialmente em comunidades quilombolas e indígenas do Jalapão, região onde a planta é abundante. A nova lei fortalece o reconhecimento dessas tradições culturais e artísticas, que já conquistaram projeção internacional. O governo estadual, juntamente com o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) vem promovendo a preservação e o manejo sustentável do capim-dourado através da Lei Estadual nº 3.594/2019, que regula a colheita da planta entre os dias 20 de setembro e 30 de novembro, assegurando a continuidade da espécie. 

A gerente de Suporte ao Desenvolvimento Socioeconômico do Naturatins, Sâmyla Valadares, ressaltou que o reconhecimento federal fortalece as ações de preservação já em vigor no estado. “O reconhecimento do capim-dourado como manifestação da cultura nacional fortalece não só a identidade cultural do Tocantins, mas também as iniciativas que já desenvolvemos para garantir a preservação dessa espécie. A Lei Estadual do Capim-Dourado já é um passo importante, e com a nova legislação federal, ampliamos a visibilidade e a proteção dos artesãos que vivem dessa matéria-prima. Nossa missão é assegurar que o manejo do capim-dourado continue sendo sustentável, respeitando as normas estabelecidas e garantindo que as futuras gerações também possam usufruir dessa riqueza, sem comprometer a biodiversidade”, afirmou.

Além de impulsionar a preservação ambiental, a valorização do capim-dourado também representa um ganho para a economia das comunidades tradicionais. O presidente do Naturatins, coronel Edvan de Jesus Silva, enfatizou que a medida beneficia essas comunidades, promovendo o desenvolvimento socioeconômico aliado à preservação ambiental. “Essa medida e a política de manejo sustentável, que já é aplicada no Tocantins, devem continuar beneficiando as comunidades e preservando o meio ambiente, promovendo o desenvolvimento socioeconômico, ao mesmo tempo que mantém viva a cultura das tradições locais”, declarou o presidente.

O capim-dourado, cujas peças artesanais são frequentemente expostas em eventos de grande porte como a Fenearte (PE) e o Salão do Artesanato (SP), já atravessou fronteiras, alcançando mercados como China e Japão, demonstrando a universalidade da cultura tocantinense. “Esse reconhecimento é importante para nós, pois demonstra, mais uma vez, a importância do capim-dourado, que é nossa riqueza natural e que é um dos principais elementos utilizados pelos artesãos do nosso estado. Sucesso total em feiras nacionais, seu brilho é único, e cada uma das peças produzidas é especial de um jeito diferente, que não é encontrado em nenhum outro lugar. É justamente isso, somado a sua tradição e história, que gera tanta atenção e tanto interesse”, concluiu o Secretário Estadual da Cultura, Tião Pinheiro.