Confira quem foram os alvos de mandados na operação que investiga desvio de mais de R$ 70 milhões na pandemia

03 setembro 2025 às 16h24

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A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira, 3, a segunda fase da Operação Fames-19, em Palmas. Mais de 200 agentes federais cumpriram mandados de busca e apreensão, incluindo diligências no Palácio Araguaia e na Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto).
Ainda de acordo com as autoridades, a operação resultou no afastamento do governador Wanderlei Barbosa e da primeira-dama, Karynne Sotero Campos. O Jornal Opção Tocantins teve acesso à lista oficial de investigados desta fase e apontamentos sobre o possível envolvimento de cada um, conforme os inquéritos e decisões judiciais que embasam a operação:
- Wanderlei Barbosa Castro (governador) – Apontado pela investigação como beneficiário de recursos desviados em contratos de cestas básicas, além de supostamente ter recebido valores em espécie.
- Karynne Sotero Campos (primeira-dama) – Ligada diretamente ao Instituto IDEGESESC/IDESS, usado para repasses de emendas e contratos de cestas.
- Yhgor Leonardo Castro Leite (filho do governador) – Citado em planilhas de propina e repasses ligados a empresas fornecedoras.
- Joseph Ribamar Madeira (empresário) – Apontado como operador do núcleo empresarial, controlando empresas que teriam simulado entregas de cestas.
- Paulo César Lustosa Limeira (ex-marido da primeira-dama) – Segundo as apurações, funcionava como articulador e operador financeiro do esquema.
- Wilton Rosa Pires (irmão de PC Lustosa) – Relacionado à movimentação de empresas usadas no desvio de recursos.
- Amélio Cayres de Almeida (deputado estadual) – Destinou emendas parlamentares a empresas ligadas ao esquema.
- Olyntho Garcia de Oliveira Neto (deputado estadual) – Também associado a emendas que teriam sido direcionadas para contratos de cestas.
- Valdemar Rodrigues Lima Júnior (deputado estadual) – Nome citado em contratos firmados via emendas.
- Amália Maria Santana da Silva (ex-deputada estadual) – Figura em tabelas de repasses suspeitos.
- José Eduardo de Siqueira Campos (ex-dep. estadual e atual prefeito de Palmas) – Investigado por suposto envolvimento em contratos fraudulentos.
- Nilton Bandeira Franco (deputado estadual) – Mencionado em planilhas de vantagens indevidas.
- Issam Saado (ex-deputado estadual) – Ligado a destinações de emendas investigadas.
- Ivory de Lira Aguiar Cunha (deputado estadual) – Citações em diálogos de operadores indicam sua participação em articulações.
- Luana Matilde Ribeiro Lima (ex-deputada estadual) – Relacionada em registros de emendas suspeitas.
- Jorge Frederico (deputado estadual) – Apontado em contratos de fornecimento de cestas.
- Vilmar Alves de Oliveira (deputado estadual) – Também vinculado a repasses de emendas.
- Elenil da Penha Alves de Brito (ex-deputado estadual) – Consta em registros de vantagens ligadas ao esquema.
- Cleiton Cardoso de Almeida (ex-deputado estadual) – Citado em notas fiscais e documentos de empresas envolvidas.
- Ricardo Ayres de Carvalho (deputado federal) – Nome encontrado em registros de empresas fornecedoras.
- Cláudia Lelis (deputada estadual) – Teria direcionado emendas para o IDEGESESC, controlado pela primeira-dama.
- Valderez Castelo Branco (ex-deputada estadual e titular da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social ) – Assinou termos de colaboração investigados pela PF.
- Christian Zini Amorim (advogado) – Suspeito de atuar no núcleo financeiro do esquema.
- Denise Cristina Santana Fleury Amorim (esposa de Zini) – Também citada em movimentações financeiras.
- Antônio Ianowich Filho (advogado de Joseph) – Investigado por sua ligação com operações do núcleo empresarial.
- Leidiane de Souza Moura (funcionária de Joseph) – Apontada como participante da execução operacional das empresas.
- Wilhamis Mendes de Souza Moura (funcionário de Joseph) – Da mesma forma, citado em relatórios de apoio logístico ao grupo.
- Johnson Marcos Milhomens Fonseca (ex-assessor do governo) – Sócio de empresas investigadas e próximo do núcleo político.
- Instituto IDEGESESC (atual IDESS) – Utilizado para receber emendas e simular fornecimento de cestas básicas.
De acordo com decisão judicial à qual o Jornal Opção Tocantins teve acesso, foram autorizados mandados de busca e apreensão com base no artigo 240 do Código de Processo Penal. O despacho determinou a coleta de computadores, celulares, mídias de armazenamento de dados e quaisquer documentos ou arquivos que possam servir como elementos de prova nos crimes investigados. A medida também permitiu a apreensão de bens ou valores cuja origem não seja justificada, ficando a critério da Polícia Federal avaliar o que é relevante para os fatos apurados.
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