Há cinco meses das eleições municipais, quatro nomes à prefeitura de Palmas têm ganhado a atenção do eleitorado palmense. Seja por atualmente ocupar um cargo eletivo ou por já ter sido gestor da Capital, ou também fazer oposição a gestores, esses nomes estão presentes no imaginário da população hoje e têm chances, mesmo que em alguns casos sejam ínfimas, de estar à frente do Paço Municipal no ano que vem. Conheça os mais bem cotados a seguir.

Janad Valcari (PL)

Foto: Aleto

Janad Valcari é advogada, administradora de empresas, neuropsicopedagoga e tecnóloga em gestão, além de atuar como empresária no setor da Educação. Natural de Palmeirópolis, sul do estado, ela estabeleceu residência em Palmas em 1992. Em 2007, fundou o Instituto Plantando e Colhendo o Bem, uma organização dedicada a realizar trabalho social. Fora da área política, também é sócia da banda Barões da Pisadinha.

Na esfera política, Janad deu início à sua trajetória ao ser eleita vereadora de Palmas nas eleições de 2020, se tornando presidente da Câmara Municipal. Em 2022, foi eleita deputada estadual com a maior votação na capital e se tornou a mulher mais votada em todo o estado do Tocantins pelo Partido Liberal (PL), de Bolsonaro.

Conhecida por ser oposição ferrenha à prefeita Cinthia Ribeiro, Janad reivindicou na Câmara e na Assembleia por melhorias na educação, saúde pública, infraestrutura e tantas outras áreas em Palmas, com exposição de problemas da gestão atual nas redes sociais, insuflando órgãos de controle para fiscalização vigorosa da gestão do muncípio. Agora também busca entrar na disputa pela prefeitura de Palmas.

Apesar de ter mostrado trabalho enquanto parlamentar, Janad conta com algumas controvérias. A deputada estadual tem promovido uma série de eventos com distribuição de presentes para eleitores em Palmas. Esses eventos incluem doações de eletrodomésticos, eletrônicos e brindes diversos. A prática, postada no site da própria Assembleia Legislativa, tem sido questionada por seus opositores, que alegam possível compra de votos antecipada visando às eleições municipais de 2024. Além disso, Janad é ré em uma ação penal acusada de fraude em licitação e foi alvo de uma operação policial em outubro de 2021, na qual foram apreendidos R$ 50 mil e US$ 20 mil dólares em sua casa, além de outros materiais.

Eduardo Siqueira Campos (Podemos)

Foto: Aleto

José Eduardo Siqueira Campos, natural de Campinas, São Paulo, com 64 anos, é filho e sucessor político do ex-governador Siqueira Campos. Pedagogo e empresário do ramo da comunicação, sua trajetória política iniciou-se juntamente com a criação do novo estado. Em 1988, foi eleito deputado federal, participando da primeira eleição do Tocantins, e conquistou a reeleição em 1990. Em 1992, tornou-se o primeiro prefeito eleito da nova capital, Palmas.

Em 1998, foi eleito senador, fazendo parte da chapa com seu pai, que foi reeleito governador para o terceiro mandato. Para isso, seu pai renunciou ao cargo de governador para concorrer à reeleição. Essa medida foi tomada para viabilizar a candidatura de Eduardo Siqueira Campos ao cargo de senador, o que seria proibido pela Constituição caso seu pai continuasse no cargo de governador.

Após o término de seu mandato no Senado, em 2006, tentou a reeleição, mas foi derrotado por Kátia Abreu. Após essa derrota, passou oito anos sem ocupar cargos eletivos. Em 2014, retornou às urnas e conquistou um assento na Assembleia Legislativa, sendo reeleito em 2018. Durante seu último mandato, chegou a anunciar sua retirada da vida pública, decidindo não concorrer nas eleições de 2022. Agora é novamente pré-candidato a prefeito de Palmas.

Durante seu mandato como prefeito de Palmas, Siqueira Campos investiu em saneamento básico, levando água tratada e esgoto para boa parte da região. Construiu o Espaço Cultural de Palmas e o Ginásio Ayrton Senna, além de lançar as bases para a Escola Técnica Federal de Palmas, hoje IFTO.

Apesar das benfeitorias, o político tem algumas controvérsias. Ele foi convocado para depor coercitivamente durante a 12ª fase da Operação Acrônimo, em novembro de 2016, após ser mencionado na delação premiada de Benedito Oliveira. Este afirmou ter pago propina ao político em 2012, durante o mandato do pai dele, José Wilson Siqueira Campos, como governador do Tocantins.

Em fevereiro de 2017, a 3ª fase da Operação Ápia foi deflagrada após a descoberta de um novo núcleo criminoso, supostamente ligado ao político. As investigações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal apontavam o político como o beneficiário de um esquema de corrupção na Agência de Máquinas e Transportes (Agetrans).

Carlos Amastha (PSB)

Foto: Prefeitura de Palmas

Carlos Enrique Franco Amastha, colombiano de Barranquilla, tornou-se brasileiro naturalizado em 1990 e estabeleceu residência em Palmas a partir de 2007. Ele é um empresário atuante nos setores de educação a distância e shopping centers. Em 2012, foi eleito prefeito de Palmas pelo PP, com 49,6% dos votos, e conquistou a reeleição em 2016, já pelo PSB, obtendo 52,3% dos votos válidos.

A eleição de Carlos Amastha ganhou destaque em vários portais de notícias do Brasil e da Colômbia, bem como em toda a América Latina, devido à raridade de cidadãos estrangeiros (naturalizados como brasileiros) serem eleitos no Brasil. A gestão de Amastha teve destaque pela construção de escolas, unidades de saúde, fortalecimento da energia solar, fomento ao turismo, melhoria de infraestrutura e outras áreas.

Apesar disso, Amastha colecionou visitas da Polícia Federal à prefeitura durante a sua gestão. Indiciamentos e denúncias por suposta corrupção não faltaram, mas um dos fatos mais marcantes foi ele ter se acorrentado na sede da Controladoria Geral da União (CGU) pare ser recebido pelo superintendente, após ser alvo de operação da PF em 2020, que apurava superfaturamento e fraudes em contratos de locação de veículos durante a sua gestão.

Nas eleições de 2018, renunciou à prefeitura de Palmas e participou da disputa pelo governo do Tocantins, tanto na eleição suplementar quanto na ordinária, porém não obteve sucesso. Em 2022, concorreu a uma vaga no Senado Federal pelo PSB, recebendo 100.649 votos, porém não o suficiente para sua eleição. Para o ano de 2024, Amastha pretende entrar na disputa pela gestão de Palmas.

Professor Júnior Geo (PSDB)

Foto: Isis Oliveira/Aleto

José Luiz Pereira Júnior, conhecido como Júnior Geo, é professor efetivo no Instituto Federal do Tocantins (IFTO) e professor de cursos solidários que preparam para concursos, se destacando no cenário educacional de Palmas. Tocantinense de Porto Nacional, é graduado em Geografia pela Universidade de Brasília (UnB) e pós-graduado em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade Federal de Lavras, em Minas Gerais.

Entrou na política em 2012, quando se elegeu vereador de Palmas e foi reeleito em 2016. Em 2019, ascendeu ao cargo de deputado estadual, conquistando o título de candidato mais votado em Palmas. Nas eleições municipais de 2020, Geo consolidou sua posição como uma força política ao alcançar o segundo lugar na disputa pela prefeitura de Palmas. Agora, em 2024, com o apoio discreto da atual prefeita, Cinthia Ribeiro, ele mais uma vez se lança na corrida eleitoral, buscando ocupar o cargo de prefeito.

Atuado por muitas vezes de forma autônoma, suas pautas prioritárias tem sido a valorização do servidor público, a promoção da saúde, da segurança pública e da educação. A sua atuação e articulação política solo, por muitas vezes, tem o prejudicado em conseguir aliados, o que pode ser negativo para sua futura candidatura.

Isolado, Geo era do Podemos e teve que mudar de partido neste ano para garantir o direito de concorrer à prefeitura de Palmas em 2024. O deputado e pré-candidato foi preterido na garantia de legenda. O Podemos deu essa garantia para Eduardo Siqueira Campos que tem a prioridade de ser candidato e, após grande imbróglio, filiou-se ao PSDB da prefeita Cinthia.