O clima no Palácio Araguaia nesta quarta-feira, 15, Dia do Professor, foi de festa para a Educação, mas também de mensagens políticas. Durante o ato de assinatura do termo de encaminhamento do PCCR da Educação, o governador interino Laurez Moreira (PSD) e o presidente da Assembleia Legislativa, Amélio Cayres (Republicanos), transformaram o evento em palco de recados diretos à gestão anterior de Wanderlei Barbosa (Republicanos).

O evento reuniu mais de dez deputados estaduais, incluindo nomes da antiga base do governador afastado, Valdemar Júnior, Jorge Frederico, Vilmar de Oliveira e Ivory de Lira, além de Marcus Marcelo, Júnior Geo, Aldair Gipão, Gutierres Torquato, Luciano Oliveira e Wiston Gomes.

Amélio Cayres, que sempre foi aliado de Wanderlei e chegou a ser um dos preferidos do ex-governador para disputar sua sucessão em 2026, elogiou o envio do PCCR à Assembleia, mas deixou uma alfinetada visível:

“Esse projeto ficou 11 meses sendo estudado. Era algo que já podia ter sido feito há muito tempo. Mas o importante é que agora está sendo encaminhado”, afirmou.

Apesar de tentar suavizar o tom, “não é uma crítica”, disse, o público entendeu o recado. A fala foi vista como uma crítica à lentidão do governo afastado em resolver uma das pautas mais antigas da categoria.

Logo depois, o governador interino Laurez Moreira reforçou o contraste entre sua gestão e a anterior. Ele criticou o volume de recursos gastos em shows e eventos, afirmando que não é justo o estado investir R$ 200 milhões em festas e alegar falta de dinheiro para valorizar os professores.

“Não é justo o Estado gastar R$ 200 milhões em shows e não ter dinheiro para o PCCR da Educação”, disparou.

Laurez também anunciou que os professores começarão a receber os ajustes do PCCR ainda este ano, e que o governo está revendo despesas desnecessárias para garantir os recursos. O governador aproveitou o momento para agradecer o empenho da Assembleia Legislativa, destacando que a união entre os poderes foi essencial para destravar o plano.