Dois ex-secretários da Saúde do Tocantins, Renato Jayme da Silva e Luiz Edgar Leão Tolini, foram indiciados pela Polícia Federal após apurações que apontam irregularidades em contratos firmados para a manutenção de hospitais públicos. A investigação, que resultou na Operação Babilônia em 2022, apura fraudes e indícios de superfaturamento nos serviços prestados em 2019.

Segundo relatório da PF datado de 9 de maio deste ano, os contratos apresentaram falhas como ausência de justificativas técnicas, restrição à competitividade e escolha de uma empresa ligada à antiga prestadora, impedida de participar da licitação. O prejuízo estimado é de R$ 46 milhões.

O inquérito aponta ainda que houve pagamentos por serviços não executados, como a manutenção de áreas verdes no Hospital Geral de Palmas (HGP). Durante fiscalização, foram encontrados gramados e árvores secas, apesar do repasse de aproximadamente R$ 2 milhões para esse tipo de serviço. A polícia também apurou que uma retroescavadeira supostamente utilizada por 400 horas mensais nunca esteve no local.

A contratação foi iniciada na gestão de Renato Jayme e continuada sob Luiz Edgar Tolini, que assumiu a pasta em 2020. Ambos foram indiciados por fraude e peculato, assim como os responsáveis pelas empresas envolvidas. O caso foi encaminhado ao Ministério Público Federal, que deve decidir se apresenta denúncia à Justiça.

A defesa de Renato Jayme informou que não foi notificada sobre o indiciamento, mas confirmou que ele prestou esclarecimentos durante a investigação. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Tolini até a publicação da matéria.

Com informações são do G1 Tocantins.