Falas racistas e homofóbicas, novo secretário de Laurez acumula episódios polêmicos durante mandato em Araguaína

23 setembro 2025 às 08h18

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O governador do Tocantins, em exercício, Laurez Moreira (PSD), nomeou nesta segunda-feira, 22, o novo titular da Secretaria da Administração (Secad). A escolha traz à tona o histórico de declarações polêmicas do nomeado, o vereador Marcos Duarte (PSD).
Durante seu mandato, o parlamentar acumulou episódios controversos relacionados a temas de diversidade e direitos LGBTQIA+. Em 2024, ao assumir a presidência da Câmara de Araguaína, no seu dicurso, ele se referiu ao vereador Alcivan José (PP) como “esse negão aí é um negro de alma branca, é um negro bom”.
O caso chegou ao Minstério Público do Tocantins (MPTO) e o promotor responsável entendeu que se tratava de injúria racial, por ser uma ofensa pessoal e não direcionada à coletividade. O vereador Alcivan tinha prazo de seis meses para formalizar representação criminal contra Marcos Duarte, o que não ocorreu. Alcivan considerou a fala preconceituosa e lamentou o racismo estrutural. No mesmo dia, Duarte apresentou desculpas em plenário.
Em 2023, também criticou uma peça teatral apresentada em uma escola pública, que abordava diferentes formatos de família, incluindo casais homoafetivos. Ele anunciou que convocaria a secretária municipal de Educação e o diretor da escola para prestar esclarecimentos. A Associação da Diversidade de Araguaína (Adiara) emitiu nota de repúdio, acusando o parlamentar de homofobia e de utilizar a igreja evangélica como “massa de manobra” para fins políticos.
Em 2021, o vereador repercutiu ao criticar a Prefeitura de Araguaína por uma reportagem institucional sobre o primeiro casal homoafetivo do Tocantins que teve a união oficializada, classificando a ação como “apologia à homossexualidade” e se declarando contrário ao uso de recursos públicos para esse tipo de divulgação, reforçando a defesa de “valores cristãos” e da “família tradicional”.
Na época, ele foi alvo de uma ação civil pública do MPTO, que pediu uma indenização de R$ 100 mil além de retratação pública. Marcos no entanto, disse que ”jamais iria fazer nenhum tipo de retratação sobre esse assunto” e que suas falas e estariam dentro dos limites constitucionais do direito à expressão e das prerrogativas de vereador.
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