Entre janeiro e maio de 2025, o Tocantins registrou 611,9 km² de área desmatada, conforme levantamento da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), por meio do Centro de Inteligência Geográfica em Gestão do Meio Ambiente (Cigma). Desse total, 21% correspondem a desmatamentos não autorizados. Os dados foram consolidados com base nos alertas do sistema DETER, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), processados pela plataforma Cigma.

Segundo a metodologia adotada, o desmatamento não autorizado é caracterizado pela supressão de vegetação fora dos polígonos originalmente licenciados. As demais ocorrências foram classificadas como supressões vegetais autorizadas: 70% dentro das áreas previstas em autorização ambiental e 9% em áreas autorizadas, mas com deslocamento em relação aos limites definidos. Dados também indicam queda de 23,5% no desmatamento no Tocantins em relação ao mesmo período de 2024.

“Esse dado reforça a relevância das medidas preventivas e do fortalecimento da fiscalização, especialmente no bioma Cerrado, que concentra historicamente as maiores perdas da vegetação”, afirmou o secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Marcello Lelis.

O professor Marcos Giongo, coordenador do Cigma, destacou a importância da análise técnica para a gestão pública ambiental. “A plataforma do Cigma é um exemplo bem-sucedido de como a integração entre inteligência técnica e cooperação institucional pode gerar avanços concretos na proteção ambiental”, disse.

Biomas

O bioma Cerrado concentrou a maior parte das ocorrências de desmatamento no estado. Já no bioma Amazônico, o levantamento identificou apenas 1,1 km² de área desmatada no mesmo intervalo.

Monitoramento

A plataforma Cigma tem sido usada como ferramenta de análise e monitoramento ambiental, permitindo respostas mais rápidas e ampliação da transparência das informações públicas. Para Giongo, a utilização de dados atualizados possibilita decisões governamentais mais direcionadas. “A plataforma representa o êxito da união entre conhecimento técnico, cooperação institucional e gestão estratégica, elementos-chave para uma governança ambiental eficiente e transparente”, concluiu.