Fraudes em contratações de servidores fantasmas geraram prejuízos de R$ 200 mil na gestão Carlesse, conclui Polícia Civil
20 dezembro 2024 às 17h32
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A Polícia Civil do Tocantins, por meio da Divisão Especializada de Repressão à Corrupção (DECOR), finalizou mais de quatro inquéritos policiais relacionados à contratação de servidores fantasmas na Secretaria Geral de Governo, durante a gestão de Mauro Carlesse em 2018. As investigações fazem parte da Operação Catarse e revelaram fraudes que envolvem pagamentos irregulares a servidores contratados temporariamente, mas que, na prática, não exerceram funções.
No Inquérito Policial nº 54/2019, a servidora fantasma D.M.S.N.B. foi investigada por ter recebido mais de R$14 mil, referentes à função de “Técnico em Suporte e Operação”. O contrato, com duração de dez meses, ocorreu na Secretaria Geral de Governo, enquanto a investigada trabalhava em um escritório de contabilidade na cidade de Araguaína.
Já o IP 52/2019 apurou a contratação irregular de D.F.J.O., que alegou não ter conhecimento do contrato com o Estado, embora tenha recebido mais de R$16 mil pela função de “Supervisor de Suporte e Operação”. O contrato também durou dez meses, e o servidor residia em Araguaína.
O IP 68/2019 apurou que R.N.F.S. recebeu mais de R$23 mil pela função de “Agente de Cadastro e Informação”, embora morasse em Araguaína e atuasse como representante comercial. O contrato temporário foi de onze meses.
Por fim, no IP 76/2019, S.A.M.A.S., investigada por ter recebido mais de R$25 mil pelo cargo temporário de “Agente de Cadastro e Informação”, afirmou em seu interrogatório que entre março e dezembro de 2018, não trabalhou em nenhum lugar. Ela residia em Cachoeirinha e foi citada judicialmente em um dia de expediente.
Além dos servidores fantasmas, os superintendentes do órgão e a Secretária Estadual de Governo à época também foram indiciados. No total, dez inquéritos policiais foram concluídos pela DECOR em 2024, com um prejuízo estimado em torno de R$200 mil aos cofres públicos, valor não atualizado.
As investigações, que se iniciaram com a deflagração da “Operação Catarse”, contaram com o cumprimento de mandados de busca e apreensão para a coleta de documentos que comprovassem as fraudes. O caso gerou diversas denúncias anônimas que levaram à instauração de várias investigações.
Foi comprovado que os servidores investigados residiam em Araguaína e Cachoeirinha, distantes da capital Palmas, onde ficava a sede da Secretaria Geral de Governo. Em todos os casos, os contratos irregulares só foram possíveis com a conivência dos superiores imediatos dos investigados e até da Secretaria Estadual de Governo à época, que não registraram as faltas dos servidores contratados.