O Vaticano confirmou que o primeiro dia de votações do conclave terminou sem a escolha de um novo pontífice. A fumaça preta que saiu da chaminé instalada sobre a Capela Sistina, nesta quarta-feira (7), indicou que os cardeais ainda não chegaram a um acordo sobre quem será o próximo líder da Igreja Católica.

Iniciado nesta quarta, o conclave reúne os cardeais com direito a voto para a eleição do 267º papa. Com o impasse nas primeiras rodadas de votação, os procedimentos serão retomados nesta quinta-feira (8).

Durante o processo, cada cardeal escreve o nome de seu escolhido em uma cédula com a inscrição em latim Eligo in Summum Pontificem, que significa “Elejo como Sumo Pontífice”. Ao final de cada sessão, as cédulas são incineradas, e a cor da fumaça resultante — preta para voto inconclusivo e branca para eleição confirmada — comunica ao mundo o desfecho da votação.

O novo papa assumirá o posto deixado por Francisco, falecido em 21 de abril deste ano.

Entenda o conclave: tradição e escolha papal

O conclave é um rito centenário da Igreja Católica, que ocorre a portas fechadas dentro do Vaticano. O termo vem do latim cum clave (“com chave”), remetendo ao isolamento dos cardeais eleitores até que um novo papa seja escolhido. Apenas cardeais com menos de 80 anos têm direito a voto.

A eleição só se concretiza quando um dos nomes atinge ao menos dois terços dos votos. Desde 1878, a votação é realizada na Capela Sistina, sob o célebre teto pintado por Michelangelo.

A sinalização ao público ocorre por meio da fumaça que sai da chaminé: preta indica que ainda não houve decisão; branca, que um novo papa foi eleito.

Cotados para suceder Francisco

Com o falecimento do Papa Francisco, aos 88 anos, após mais de 11 anos de pontificado marcado por reformas e ênfase na justiça social, observadores do Vaticano apontam alguns nomes como favoritos:

  • Cardeal Matteo Zuppi (Itália) – Arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana, Zuppi é ligado à Comunidade de Santo Egídio e conhecido por seu perfil diplomático e pastoral. É visto como alguém que pode dar continuidade ao legado de Francisco.
  • Cardeal Peter Turkson (Gana) – Um dos mais influentes cardeais africanos, Turkson tem forte atuação em questões sociais e ambientais. Já liderou o Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral.
  • Cardeal Luis Antonio Tagle (Filipinas) – Próximo a Francisco, Tagle é considerado carismático e progressista. Atualmente atua na Cúria Romana e é visto como um nome que pode reforçar a presença da Igreja na Ásia.
  • Cardeal Christoph Schönborn (Áustria) – Teólogo respeitado, Schönborn foi um dos principais autores do Catecismo da Igreja Católica. Embora mais conservador, é conhecido por diálogo com diferentes vertentes da Igreja.