Hospital particular que atende o SUS tem falta de higiene, profissionais e medicamentos, diz MPTO

30 janeiro 2024 às 15h48

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O Ministério Público do Tocantins (MPTO) constatou deficiências estruturais e carência de profissionais durante uma inspeção realizada no Hospital Beneficência de Palmas, na última quinta-feira, 25, o qual é credenciado para receber pacientes regulados das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da capital, do Hospital Geral de Palmas (HGP) e do Hospital e Maternidade Dona Regina, com o objetivo de assegurar atendimento de qualidade na área da saúde.
A coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Saúde (CaoSaúde), promotora de Justiça Araína Cesárea, juntamente com sua equipe técnica, e o promotor de Justiça Thiago Ribeiro, responsável também pela área de saúde pública da capital, conduziram a fiscalização.
Na vistoria, foi observada a presença de 10 leitos clínicos destinados a pacientes não cirúrgicos provenientes das UPAs de Palmas. Esses leitos, localizados em enfermarias, apresentavam problemas de infraestrutura, incluindo portas de banheiros que não fecham, vidros quebrados em janelas e aparelhos de ar-condicionado inoperantes.
UTI
Na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), que conta com oito leitos designados para pacientes do HGP, também foram identificados problemas estruturais, tais como pisos com remendos, infiltrações nas paredes internas, tomadas defeituosas, condições precárias de higiene na bancada da enfermaria, rodapés deteriorados e inadequados espaços para o descarte de resíduos hospitalares e materiais infecciosos, bem como para a preparação de medicamentos.
Profissionais
Em relação aos profissionais de saúde, constatou-se a presença apenas de médicos pareceristas, responsáveis por emitir pareceres de saúde, acionados conforme a necessidade. Adicionalmente, foi identificada a falta de um fisioterapeuta durante o período das 1h às 7h da manhã.
Medicamentos e insumos
Quanto ao fornecimento de medicamentos na farmácia, foi verificada a ausência de luvas e de alguns medicamentos essenciais, como pantoprazol 40mg e omeprazol para tratamento gástrico, soro glicosado 500 ml para hidratação, soro fisiológico 0,9% 10 ml com diversas finalidades, e hidrocortisona 100mg para inflamações cutâneas.
Por fim, constatou-se que a esterilização do material hospitalar é terceirizada, e o hospital não possui controle sobre os itens enviados para esterilização. Diante do que foi verificado, os promotores de Justiça Araína Cesárea e Thiago Ribeiro, que atuam na área da saúde na capital, tomarão as medidas necessárias para corrigir as irregularidades identificadas.
O Jornal Opção Tocantins tenta contato com a unidade hospitalar para um retorno sobre a situação.