G1 Tocantins

Um incidente envolvendo uma gestante da etnia Apinajé resultou na morte de um recém-nascido durante um parto realizado em uma ambulância, em Tocantinópolis, Tocantins. A paciente, residente na aldeia Aldeinha, buscou atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade após relatar dores no último dia 13, mas foi liberada pelo médico após a avaliação. Na madrugada do dia 14, as dores retornaram e, durante o deslocamento para a UPA, o bebê nasceu, mas não resistiu.

A situação levou a Associação União das Aldeias Apinajé – PEMPXÀ a emitir uma nota de repúdio, criticando a falta de atendimento adequado e as condições do transporte. “A mãe e a criança foram levadas em condições inadequadas dentro da ambulância, que andava em alta velocidade rumo à UPA. Enfermeiras tentaram reanimar o recém-nascido, que ainda respirava, mas ele não resistiu”, destacou a associação.

Em resposta, o Ministério da Saúde emitiu uma nota de pesar, informando que a UPA de Tocantinópolis não é projetada para realizar partos, mas sim atender casos de menor complexidade. A pasta ressaltou que a gestante foi colocada sob observação na Casa de Apoio ao Indígena para monitoramento e que as equipes de saúde seguiram os protocolos preconizados, mas que o caso está sendo investigado para esclarecer as circunstâncias.

O Hospital Municipal de Tocantinópolis relatou que a gestante, quando atendida pela manhã, não apresentava sinais de trabalho de parto ou sangramento e foi liberada. Mais tarde, quando o bebê chegou à UPA, ele já estava em óbito. O hospital informou que o recém-nascido apresentava malformações congênitas, sugerindo que a causa do óbito não foi o parto em si, mas as condições de saúde do bebê.

Nota oficial do Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), lamenta profundamente o falecimento de uma criança recém-nascida do povo Apinajé, ocorrido nesta quinta-feira, 14 de novembro de 2024, no município de Tocantinópolis, Tocantins. Manifestamos nossa solidariedade à família e à comunidade indígena nesse momento de imensa dor.

Segundo relatos da família da paciente, no dia 13 de novembro, a gestante Manuela Apinajé começou a sentir dores e, na madrugada do dia 14 de novembro a paciente foi levada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) local, onde foi avaliada por um médico, que indicou alta médica. Para garantir a segurança e monitoramento, a equipe de saúde indígena optou por deixá-la em observação na Casa de Apoio ao Indígena, na cidade, onde teria acesso facilitado a um atendimento rápido em caso de necessidade.

Poucas horas após sua alta, a paciente entrou em trabalho de parto na Casa de Apoio. As técnicas de enfermagem do DSEI Tocantins foram acionadas imediatamente e prestaram assistência inicial, além de solicitar o suporte de uma ambulância do município para o transporte ao hospital. Durante o trajeto, a equipe realizou manobras de reanimação no recém-nascido, que apresentava sinais de vida. Porém, apesar de todos os esforços, a criança não resistiu.

O Ministério ressalta que a UPA de Tocantinópolis, assim como outras unidades desse tipo, não é projetada para atender partos, sendo destinada a atendimentos de urgência e emergência de menor complexidade. Em situações como essa, a orientação é buscar o hospital ou maternidade de referência para o cuidado adequado.

A Sesai destaca que as equipes de saúde indígena agiram dentro dos protocolos preconizados pelo Ministério da Saúde, demonstrando empenho e dedicação para salvar a vida do recém-nascido. Além disso, todas as circunstâncias relacionadas ao ocorrido estão sendo rigorosamente investigadas para esclarecer os fatos e garantir a transparência.

O Ministério da Saúde reafirma seu compromisso com a melhoria contínua dos serviços de saúde destinados aos povos indígenas e com a busca por medidas que fortaleçam a assistência em situações de alta complexidade.

Nota oficial do Hospital Municipal de Tocantinópolis

O Hospital Municipal de Tocantinópolis vem esclarecer sobre o Óbito de um bebê indígena, a gestante foi atendida pela manhã e não estava em trabalho de parto, no momento da avaliação sem presença de sangramento, sem perda de líquido, o médico liberou a gestante, e foi orientado pela enfermeira que ela ficasse no hotel onde os indígenas são acolhidos e que voltasse se viesse a apresentar sangramento, perda de líquido ou aumento de dores.

Por volta de meio-dia a paciente retornou já trazida de ambulância com a equipe de enfermagem do Polo Base , após ter tido parto no local aonde ela estava alojada, o hospital já recebeu o bebê em óbito, identificamos que o bebê apresentava estruturas anatômicas deformadas, tamanho e peso desproporcional a idade gestacional, com aspecto de bebê prematuro.

Portanto pode-se entender que o bebê foi a óbito não devido ao parto e sim devido as más formações congênitas. O hospital entrou em contato com serviço de IML, SVO ( Serviço de verificação de óbito) mas não houve necessidade do serviço recolher o corpo, porque era claro a causa que levou o bebê a óbito. Então o hospital informou ao polo para seguimento de procedimentos funerários.