Irmãs Rejane e Lindiana Mendes se tornam rés por morte de empresário em Araguaína

14 agosto 2025 às 10h21

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O Ministério Público do Tocantins (MPTO) denunciou Rejane Mendes da Silva, 45 anos, e sua irmã Lindiana Mendes da Silva pelo assassinato do empresário José Paulo Couto, 75 anos, em Araguaína. O crime, que chocou a cidade pela frieza, foi motivado por uma discussão financeira e desentendimentos sobre o fim do relacionamento extraconjugal entre a vítima e Rejane, iniciado quando ela tinha 19 anos.
O MPTO pediu a citação das acusadas, a abertura do processo no Tribunal do Júri e o pagamento de indenização à família da vítima. Rejane está presa preventivamente na delegacia de Ananás desde 12 de julho.
A denúncia, apresentada em 8 de agosto pelo promotor Daniel José de Oliveira Almeida, da 4ª Promotoria de Justiça, e aceita pela Justiça três dias depois, acusa Rejane de homicídio qualificado (motivo torpe, meio cruel, asfixia e recurso que dificultou a defesa da vítima), furto para assegurar a impunidade, adulteração de placa de veículo e ocultação de cadáver. Lindiana foi denunciada por participação na ocultação do corpo.
Segundo o MP e a 2ª Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), o crime ocorreu em 9 de julho de 2025, na casa de Rejane, no Setor Parque Sonhos Dourados. No depoimento gravado pela Polícia Civil, exibido pelo Jornal Anhanguera, a ré confessou que ficou irritada quando Paulo disse que reduziria a ajuda mensal (que variava de R$ 1,6 mil a R$ 1,8 mil) para R$ 600 devido a dívidas. Ele também afirmou que pretendia encerrar o relacionamento.
“Isso foi me estressando. Eu empurrei ele, e quando puxei, ele caiu com o rosto na cama”, relatou. A suspeita disse que amarrou o empresário, que questionou o motivo daquilo. “Eu falei: ‘Você não quer entrar em acordo?’. Ele respondeu que queria do jeito dele.”
No depoimento, Rejane contou que Paulo pediu para ser libertado, dizendo: “Me solta, ainda dá tempo. Eu te perdoo. Não vou te entregar para a polícia”. Ela afirmou que, com medo de ser denunciada, decidiu matá-lo.
Primeiro, encostou uma faca no pescoço da vítima, depois iniciou os golpes. Houve um intervalo de cerca de 30 minutos entre a primeira e a segunda perfuração, durante o qual, segundo ela, conversaram bastante. Para conter o sangramento, colocou uma sacola plástica no pescoço do empresário. Em seguida, roubou joias, celular e relógio dele, adulterou a placa do Renault Duster Oroch com fita isolante e pediu a um conhecido que estacionasse o carro em um lote baldio — sem que ele soubesse do crime.
No dia seguinte, 10 de julho, Rejane pediu ajuda à irmã Lindiana para se livrar do corpo, que estava enrolado em lençóis e um carpete, com pés e mãos amarrados. A princípio, Lindiana se recusou e pediu que a irmã se entregasse, mas acabou cedendo. As duas colocaram o cadáver no carro e o abandonaram sob uma ponte de um córrego na Avenida Frimar, entre o Bairro JK e a TO-222. O corpo foi encontrado após denúncia anônima ao 190. A polícia elucidou o caso em quatro dias.
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