Juiz impede atuação de advogada durante audiências em Augustinópolis: “quem manda aqui sou eu”; veja vídeo

23 abril 2025 às 22h47

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Trechos de audiências criminais e sessões do Tribunal do Júri ocorridas na Comarca de Augustinópolis, no Tocantins, têm circulado nas redes sociais e gerado repercussão entre profissionais da advocacia. Os vídeos mostram a advogada Cássia Cayres sendo interrompida de forma recorrente durante suas manifestações, enquanto questionava testemunhas e a vítima de um caso. As interrupções são feitas pelo juiz Alan Ide Ribeiro da Silva, titular da 2ª Vara da comarca.
Durante a sessão, Cássia Cayres buscava questionar testemunhas e a vítima do caso em pauta, mas teve suas perguntas barradas pelo juiz. A profissional, visivelmente contrariada, reagiu às interrupções, afirmando que estava sendo impedida de exercer seu direito de defesa. “O senhor sempre faz isso. O senhor não permite que a defesa faça as perguntas”, protestou.
O juiz, por sua vez, manteve sua postura de restringir a atuação da advogada, alegando que apenas perguntas consideradas “pertinentes” seriam aceitas. Ele enfatizou que quem conduzia a audiência era ele, dizendo: “quem manda aqui sou eu”.
A situação gerou revolta nas redes sociais, onde um vídeo do episódio se espalhou, com diversas críticas de advogados. Especialistas destacaram que a ação do juiz configura uma violação das prerrogativas da advocacia, um direito garantido pela Constituição e regulamentado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
O Jornal Opção Tocantins procurou a OAB Tocantins, o Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins (TJTO) e a advogada Cássia Ayres para comentarem o caso, e aguarda retorno.