O governador em exercício do Tocantins, Laurez Moreira (PSD), anunciou nesta terça-feira (9) a suspensão do contrato de locação de um avião utilizado pelo governo estadual. A medida integra um pacote de ações para conter despesas da máquina pública.

Segundo Laurez, o contrato representava custo de cerca de R$ 20 milhões por ano e não se justificava como prioridade. Ele também cancelou a participação de uma comitiva do Palácio Araguaia em viagem prevista aos Estados Unidos nesta semana.

Em entrevista à TV Anhanguera, o governador em exercício afirmou que viagens oficiais devem trazer resultados para o Estado. “Entendo que o governador deve viajar quando for uma viagem produtiva, que ela possa trazer recursos, possa trazer benefícios para o Estado. Mas não sair com seus amigos para fazer viagens internacionais”, disse.

A defesa de Wanderlei Barbosa (Republicanos), governador afastado, afirmou que o contrato de táxi aéreo foi firmado de acordo com a legalidade e que o serviço também foi utilizado por Laurez em viagens oficiais. Em nota, classificou como “uso político e indevido” as declarações do atual gestor.

Veja a nota na íntegra:

O contrato celebrado entre o Governo do Tocantins e a empresa de táxi aéreo está estritamente dentro da legalidade, tendo passado por todas as fases licitatórias até a sua homologação e utilizado exclusivamente em serviço.

Os serviços de táxi aéreo foram utilizados tanto pelo Governador Wanderlei Barbosa, quanto pelo vice-governador Laurez Moreira, que realizou diversas viagens dentro e fora do estado desde 2023.

O governador Wanderlei Barbosa lamenta o uso político, indevido e sensacionalista do contrato por parte do vice-governador Laurez Moreira visando tirar o foco da inércia que o estado se encontra desde que assumiu temporariamente o cargo.

Assessoria de Comunicação do Governador Wanderlei Barbosa

Contexto do afastamento

Laurez assumiu o comando do Estado após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que afastou por 180 dias o governador Wanderlei Barbosa e a primeira-dama Karynne Sotero, secretária extraordinária de Participações Sociais. Ambos são investigados na Operação Fames-19, que apura supostas fraudes em contratos de fornecimento de cestas básicas durante o período da pandemia.

A investigação da Polícia Federal aponta que mais de R$ 97 milhões foram pagos em contratos de alimentos entre 2020 e 2021, com prejuízo estimado em R$ 73 milhões aos cofres públicos. Parte dos recursos, segundo o inquérito, teria sido desviada para a compra de gado, construção de empreendimentos de luxo e despesas pessoais.

Mais de 200 policiais cumpriram 51 mandados de busca e apreensão em Palmas, Araguaína, Distrito Federal, Maranhão e Paraíba.

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