Mãe e filho vão a júri por morte de homem em briga por conta de pingos d’água durante cavalgada

A Justiça decidiu que Laureni Mamédio de Moura, 57 anos, e seu filho, Roberto Vieira da Conceição, 31 anos, vão a julgamento pela morte de Abidoral Ribeiro de Jesus, durante uma festa de cavalgada em Mateiros, no sudeste do Tocantins. O crime aconteceu no dia 18 de maio de 2024, por volta das 15h40, na Chácara Nossa Senhora Aparecida, na zona rural da cidade.

Segundo a denúncia do Ministério Público do Tocantins (MPTO), Abidoral, que tinha sido vereador em Mateiros, foi morto com golpes de faca. Quem teria esfaqueado foi a mãe, Laureni. Antes disso, o filho, Roberto, teria imobilizado a vítima com um golpe no pescoço, conhecido como “mata-leão”.

Balde d’água

De acordo com o processo, a confusão começou por um motivo banal: Abidoral jogou um balde de água no chão para abaixar a poeira. Um pouco da água teria respingado nos pés de Laureni, o que irritou as filhas dela. Elas começaram a discutir com Abidoral, e a briga foi separada por pessoas que estavam no local.

Depois disso, o relato do processo aponta que mãe e filho teriam voltado para cima da vítima. Roberto segurou Abidoral pelo pescoço e o jogou no chão. Nesse momento, Laureni teria sacado uma faca e desferido os golpes. Abidoral ainda foi socorrido, mas morreu no hospital. A causa da morte teria sido uma grande perda de sangue por causa dos ferimentos de faca.
Justiça

O juiz William Trigilio da Silva, da 1ª Escrivania Criminal de Ponte Alta do Tocantins, decidiu submeter mãe e filho a julgamento pelo Tribunal do Júri. O crime foi considerado motivado por um motivo fútil (algo pequeno, sem justificativa) e cometido de forma que a vítima não teve chance de se defender, já que estava no chão e imobilizada.

Defesa

A defesa de Laureni alegou que ela teria agido em legítima defesa. Já os advogados de Roberto disseram que ele não teve intenção de matar e tentaram tirar o caso do Júri, ou pedir que ele fosse julgado por um crime mais leve, como lesão corporal seguida de morte. Nenhum dos pedidos foi aceito pela Justiça.

O julgamento será realizado pelo Júri Popular da Comarca de Ponte Alta do Tocantins, ainda sem data marcada.