Após dois dias de julgamento, o Tribunal do Júri reconheceu Robson Barbosa da Costa como mandante do homicídio do advogado araguainense Danillo Sandes Pereira. Ele foi condenado a 39 anos e 3 meses de reclusão, além de 1 ano e 3 meses de detenção, com regime inicial fechado e sem possibilidade de recorrer em liberdade.

O julgamento, que teve início nesta terça-feira, 24, foi desmembrado devido à ausência de uma testemunha de defesa indicada por João Oliveira Santos Júnior, que é acusado de ser o executor do homicídio. O julgamento de João foi adiado para dezembro deste ano.

Outros dois réus envolvidos no crime já haviam sido condenados anteriormente a 32 anos de reclusão cada um. O assassinato ocorreu em 25 de julho de 2017.

Testemunho emocionante

O julgamento começou com o depoimento da mãe de Danillo, Luzia Sandes de Brito Pereira, que expressou aos jurados sua saudade e a dor pela perda do filho, com quem mantinha uma relação de companheirismo. Ela destacou a angústia de saber que a motivação para o crime foi a ganância.

Familiares e amigos da vítima acompanharam o julgamento, usando camisetas com pedidos de justiça.

Teses do Ministério Público aprovadas

Os jurados acolheram integralmente as teses do Ministério Público do Tocantins (MPTO) sobre a prática de homicídio qualificado, que inclui dissimulação, motivo torpe, e o uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. Robson também foi condenado por posse ilegal de arma de fogo, em razão dos armamentos e munições apreendidos em sua residência durante a operação policial.

Os promotores de Justiça Daniel José de Oliveira Almeida e André Henrique Oliveira Leite sustentaram a acusação, enquanto o conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Stalyn Paniago Pereira, atuou como assistente de acusação.

Contexto do crime

Danillo Sandes Pereira tinha 29 anos quando foi assassinado enquanto exercia sua profissão. Ele estava cuidando do inventário dos bens deixados pelo pai de Robson Barbosa, um processo que envolvia seis herdeiros e um patrimônio de aproximadamente R$ 6 milhões.

De acordo com a denúncia do MPTO, Danillo renunciou ao processo ao recusar-se a participar de fraudes sugeridas pelos herdeiros. Após essa decisão, ele buscou receber honorários pendentes e obteve autorização para vender um caminhão da família, que garantia uma boa renda a Robson. Descontente com a situação, Robson planejou a morte do advogado, contratando três policiais militares do Pará, supostamente parte de um grupo de extermínio, para executar o crime. O pagamento foi de R$ 40 mil, com metade paga antes e o restante após o assassinato.

Os policiais militares atraíram Danillo sob o pretexto de uma nova contratação, mas, ao longo do trajeto, dispararam contra ele e ocultaram seu corpo em uma fazenda, que foi descoberto quatro dias depois.

Condenações anteriores

Com o desmembramento do processo, os outros dois participantes do crime, Wanderson Silva de Sousa e Rony Macedo Alves Paiva, já foram julgados e condenados a 32 anos e 22 dias de reclusão, após um recurso do MPTO que aumentou as penas originais.