A professora Maria Santana Ferreira dos Santos foi a mais votada na consulta eleitoral para a escolha da nova reitora da Universidade Federal do Tocantins (UFT). O resultado foi divulgado na noite desta quarta-feira, 28, após votação realizada com a participação de estudantes, docentes e técnicos da instituição.

Maria Santana, que concorreu pela chapa “Acolhimento e União”, teve 53,84% dos votos. Os outros candidatos, George França e Moisés, receberam 25,36% e 21,80%, respectivamente.

Agora, o próximo passo é a reunião do Conselho Universitário, que irá elaborar uma lista tríplice a ser encaminhada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A escolha final da nova reitora cabe à Presidência da República, mas a expectativa é que o resultado da consulta seja respeitado.

Caso confirmada, Maria Santana será a primeira mulher negra eleita reitora da UFT por meio de votação direta e a primeira a ocupar esse posto em uma universidade federal fora do estado da Bahia, que tem a maior população autodeclarada preta do Brasil, segundo o IBGE.

Proposta da chapa

A candidatura de Maria Santana teve como vice o professor Marcelo Leineker. A chapa defende uma universidade mais próxima das necessidades da comunidade, com foco na inclusão, diálogo e redução das desigualdades sociais. A votação foi realizada por sistema digital, com tecnologia desenvolvida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Perfil e trajetória

Antes de disputar a reitoria, Maria Santana atuou como pró-reitora de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários da UFT. Nesse cargo, coordenou projetos como a Rede de Cidadania e Direitos Humanos e a Incubadora Social, com ações voltadas a públicos em situação de vulnerabilidade.

Com uma atuação voltada para políticas públicas, educação inclusiva e fortalecimento da extensão universitária, Maria afirma que “a universidade vai além da sala de aula — ela precisa dialogar com a sociedade e participar ativamente da construção de soluções para os desafios sociais”.

Representatividade

Segundo dados do IBGE, o Tocantins tem a terceira maior proporção de população autodeclarada preta do país, com 13,2%. Além disso, mais de 80% dos estudantes da UFT vivem em situação de vulnerabilidade socioeconômica, o que reforça a importância de uma gestão comprometida com equidade e justiça social dentro da instituição.