Logo após a leitura do relatório final da CPI da BRK, os vereadores Nêgo (PL), relator da comissão, e Eudes Assis (PSDB), membro titular, deram declarações exclusivas ao Jornal Opção Tocantins. Nêgo enfatizou a robustez dos documentos reunidos pela comissão e a necessidade de retirar o subsídio cruzado para reduzir tarifas em até 30%. Já Eudes destacou a importância de fortalecer a Agência de Regulação (ARP) e a urgência em modernizar o sistema de tratamento de esgoto, classificado como ultrapassado.

O vereador Nêgo destacou que o relatório final da CPI, que levou mais de três horas e meia para ser lido, reúne documentos e provas consistentes sobre irregularidades na prestação de serviços pela BRK. Para ele, o subsídio cruzado, que onera a população de Palmas para cobrir custos de outras localidades, precisa ser eliminado.

“Acredito que mesmo que mantenham a concessionária, o subsídio cruzado tem que ser retirado. Só isso já proporcionaria uma redução de cerca de 30% nas tarifas, o que seria um alívio para a população palmense. O Executivo, inclusive o prefeito eleito, demonstrou interesse em resolver o problema, e isso me deixa esperançoso de que teremos resultados positivos”, afirmou.

Além disso, Nêgo apontou a importância de cobrar melhorias no serviço de esgoto e destacou a má qualidade do tratamento atual. “Estamos falando de lagoas projetadas para atender uma cidade de 30 mil habitantes. Isso não pode continuar assim em uma capital como Palmas.”

Eudes Assis: “Fortalecer a ARP é essencial para garantir fiscalização eficaz”

Já o vereador Eudes Assis focou sua fala na necessidade de fortalecer a Agência de Regulação (ARP), que, segundo ele, tem sua autoridade frequentemente desrespeitada pela BRK. “A ARP precisa ser reconhecida como o órgão legítimo de fiscalização e regulamentação da concessão. É inadmissível que a agência não receba o devido respeito e que a população continue sofrendo com serviços mal prestados.”

Eudes também criticou a qualidade do sistema de saneamento da capital. “Temos lagoas de tratamento ultrapassadas que não atendem mais à nossa realidade. Quando comparamos com cidades como São José do Rio Preto, que possuem sistemas modernos e tarifas acessíveis, percebemos o quanto estamos atrasados. É preciso modernizar, investir e cobrar mais transparência da concessionária.”

O vereador ainda apontou que a tarifa cobrada pela BRK é abusiva, considerando a má qualidade do serviço prestado. “A população paga caro por um serviço ruim. Isso não é justo, e nosso relatório deixa claro que mudanças precisam ser feitas.