O número de casos de estupro e estupro de vulnerável apresentou redução no Tocantins de janeiro a maio de 2025, de acordo com dados estatísticos da Secretaria de Segurança Pública do Tocantins (SSP-TO). Entre 1º de janeiro e 31 de maio deste ano, foram registrados 17 casos de estupro, todos em Palmas. No mesmo período de 2024, foram 75 ocorrências, sendo 29 também na capital. A queda corresponde a 77,3%.

Em entrevista ao Jornal Opção Tocantins a delegada Fernanda de Siqueira Correia, titular da 1ª Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam – Palmas), atribui a redução dos casos de abuso sexual às campanhas de conscientização que orientam a população sobre prevenção e reconhecimento de sinais de violência, além da importância da denúncia do crime.  

“Essa redução pode ser atribuída às campanhas de conscientização realizadas, que abordam formas de prevenção e como reconhecer indícios de abuso sexual, contribuindo para evitar que a situação se agrave. Além disso, o trabalho da polícia na investigação desses casos tem resultado na efetiva punição dos agressores, o que inibe a reincidência desses crimes. No entanto, é importante destacar que nem todos os casos são registrados, por isso reforçamos a importância da denúncia, para que as vítimas possam sair da situação de violência”, destacou a delegada. 

No caso do estupro de vulnerável, os dados indicam que, de janeiro a maio de 2025, foram contabilizados 36 casos – todos registrados em Palmas. Em 2024, no mesmo intervalo de tempo, houve 334 ocorrências em todo o estado, sendo 51 em Palmas, 38 em Araguaína e 20 em Porto Nacional. A redução foi de 89,2%.

Fernanda explica que, mesmo com a diminuição dos casos, a Polícia Civil mantém uma atuação rápida e firme diante das denúncias, adotando medidas protetivas e cautelares para garantir a segurança das vítimas. “Esses são crimes graves e por isso, são adotadas medidas imediatas para garantir a segurança da vítima, como a aplicação de medidas protetivas e outras cautelares, até que seja possível elucidar as circunstâncias do delito e responsabilizar o agressor”, afirma. 

Ela destaca ainda o envolvimento da instituição em campanhas educativas, palestras e operações coordenadas para prevenir e combater esse tipo de crime. “A Polícia Civil tem participado de campanhas de conscientização com órgãos parceiros, promovido palestras em escolas e outras instituições públicas e privadas, e intensificado essas ações durante operações coordenadas pelo Ministério da Justiça, que vêm apresentando bons resultados no combate a esses crimes”, ressalta a delegada.

Referente ao ano de 2024

Considerando o ano de 2024 como um todo, foram registrados 171 casos de estupro no Tocantins, dos quais 62 ocorreram em Palmas, 15 em Araguaína e oito em Paraíso do Tocantins. Os meses com maior número de ocorrências foram outubro, com 22 casos, e agosto, com 21.

Já os registros de estupro de vulnerável no mesmo ano somaram 830 casos. Desses, 139 foram em Palmas, 87 em Araguaína e 44 em Porto Nacional. Outubro e junho concentraram os maiores números, com 83 e 81 ocorrências, respectivamente.

A delegada enfatiza o papel da sociedade na identificação e no enfrentamento do abuso sexual, ressaltando que familiares, educadores e profissionais da saúde são peças importantes. “A participação da sociedade é fundamental nessa causa. Além de realizar denúncias por meio dos diversos canais disponíveis, é essencial manter um olhar atento a possíveis sinais de que alguém está sendo vítima de abuso. Pais, avós, responsáveis, professores e profissionais da saúde devem oferecer um ambiente seguro para escutar crianças e adolescentes, por meio de uma escuta ativa e acolhedora, sem julgamentos. Ao identificar sinais de abuso, é necessário acionar os órgãos de proteção e comunicar eventuais crimes”, conclui Fernanda Correia.