A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira, 28, a Operação X-Ray para desarticular uma organização criminosa acusada de fraudes em precatórios judiciais. O grupo, que atuava no Tocantins, Acre e Santa Catarina, teria cometido saques milionários, incluindo um valor de R$20,8 milhões em uma agência da Caixa Econômica Federal, em Gurupi.

Segundo a PF, os crimes envolviam obtenção de informações sobre decisões judiciais favoráveis à liberação de precatórios. A partir disso, os suspeitos falsificavam documentos, como procurações e selos públicos, para sacar os valores. Após o saque, o grupo ocultava a origem ilícita do dinheiro por meio de lavagem de capitais.

A investigação revelou que a organização criminosa era composta por três núcleos:

  • Núcleo externo: Formado por advogados e suspeitos que realizavam as fraudes documentais e efetuavam os saques.
  • Núcleo interno: Envolvia funcionários da Caixa Econômica Federal, que viabilizaram a liberação dos valores.
  • Núcleo de lavagem: Responsável por “limpar” o dinheiro e encobrir sua origem criminosa.

Os precatórios fraudados tinham como supostas beneficiárias empresas de serviços médicos com sede no Rio de Janeiro. A Caixa conseguiu recuperar R$15,3 milhões, mas os prejuízos aos cofres públicos já ultrapassam R$5 milhões.

A operação cumpriu seis mandados de busca e apreensão, além de sequestro de bens móveis e imóveis e bloqueio de valores em contas bancárias. Documentos, celulares e outros dispositivos eletrônicos foram apreendidos para análise.

Os envolvidos poderão responder por peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro, crimes que somam penas superiores a 30 anos de reclusão, além de multa.

O nome da operação, X-Ray, faz alusão ao símbolo “X” da Caixa Econômica Federal, instituição vítima do esquema. A Caixa afirmou que está cooperando com as investigações e reforçou seu compromisso com a segurança e transparência.

Confira a nota da Caixa sobre o caso:

A CAIXA informa que atua conjuntamente com os órgãos de segurança pública nas investigações e operações que combatem fraudes e golpes, como no caso da Operação X-Ray. Tais informações são consideradas sigilosas e repassadas exclusivamente à Polícia Federal e demais órgãos competentes, para análise e investigação.

O banco aperfeiçoa, continuamente, os critérios de segurança de acesso aos seus aplicativos e movimentações financeiras, acompanhando as melhores práticas de mercado e as evoluções necessárias ao observar a maneira de operar de fraudadores e golpistas, e monitora ininterruptamente seus produtos, serviços e transações bancárias para identificar e investigar casos suspeitos.

A CAIXA disponibiliza informações de segurança no site da CAIXA: www.caixa.gov.br/segurança.