Quatro sacerdotes de Palmas ingressaram com uma queixa-crime por difamação contra um advogado, identificado pela Polícia Civil após uma investigação cibernética, apontado como o responsável por ter enviado um e-mail anônimo à Cúria Metropolitana de Palmas com imputações de conduta sexual e uso de aplicativos de encontros, supostamente em violação ao voto de celibato.

A mensagem, encaminhada em julho de 2024, usava o nome fictício de um “grupo de análise” e descrevia, em tom ofensivo, supostos comportamentos íntimos atribuídos aos religiosos. O e-mail foi direcionado ao canal institucional da Igreja e, segundo os autores da ação, provocou forte abalo à reputação dos padres, com reflexos imediatos dentro da estrutura eclesiástica.

As investigações conduzidas pela Divisão Especializada de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC) permitiram rastrear a origem da mensagem. A partir de informações fornecidas pelo Google e pela Microsoft, a Polícia Civil chegou à identidade do remetente, um advogado da capital, confirmada por meio de cruzamento de dados junto à OAB e órgãos federais.

A defesa dos religiosos afirma que, embora as condutas atribuídas aos padres, como relacionamentos homoafetivos ou o uso de aplicativos de encontros, não constituam crime algum, a forma como foram apresentadas no e-mail caracteriza ofensa à honra e à reputação, configurando, portanto, o crime de difamação, especialmente em sua condição de sacerdotes católicos.

Na ação, os padres pedem a condenação do acusado e o pagamento de indenização por danos morais de R$ 15 mil para cada um, totalizando R$ 60 mil, argumentando que a conduta foi dolosa e agravada pelo fato de o autor ser advogado, “conhecedor das leis e de seus limites éticos”.