*Eduarda Formiga

Inaugurando suas atividades no Centro de Práticas Integrativas Complementares da Universidade Federal do Tocantins (Cepic/UFT) e espalhado por outras 12 universidades pelo país, o Projeto Caminhos do Trabalho no Tocantins está pronto para iniciar suas operações em dezembro de 2023, oferecendo gratuitamente apoio jurídico, atendimento e relatórios médicos, assistência na emissão de CAT e elaboração de dossiês aos que buscam por suporte diante das adversidades laborais. O agendamento pode ser realizado via WhatsApp (63) 99294-3660. A população pode acompanhar o serviço também pelo Instagram.

O Projeto Caminhos do Trabalho emerge da necessidade de reconhecer e oferecer apoio aos trabalhadores que enfrentam doenças ocupacionais ou que se acidentaram. No Tocantins, o Prof. Dr. Eder Ahmad Charaf Eddine com a Prof. Dra. Liliam Deisy Ghizoni coordenam o projeto no Estado. Ambos auxiliaram a realização do Acordo de Cooperação Técnica da Fundacentro e a UFT (ACT nº 7/2023) através da PROPESQ e PROEX.

Coordenado pela Fundacentro em colaboração com o Ministério Público do Trabalho (MPT), este projeto pioneiro visa oferecer orientação jurídica, assistência médica e a elaboração de dossiês, entre outros serviços, de maneira gratuita. O projeto busca não apenas atender os casos diretamente, mas também fornecer subsídios para aprimorar a atuação de órgãos como o Ministério Público do Trabalho, Justiça do Trabalho, entre outros.

O objetivo é alcançar e auxiliar pessoas em todo o território nacional. Através de sua atuação diversificada, que inclui desde assistência médica até a produção de relatórios de alta qualidade para estudos no campo da saúde do trabalho, o Caminhos do Trabalho busca não apenas resolver casos individuais, mas também contribuir para uma mudança sistêmica que promova a justiça e a segurança para os trabalhadores brasileiros.

No Tocantins, a grande meta é poder mapear e combater a subnotificação que atingem os trabalhadores assalariados de Palmas-TO. “Esperamos poder contar com a Rede de Saúde do Trabalhador do Estado para juntos atendermos os trabalhadores que sofreram agravos e precisam de suporte”, diz Liliam Deisy.

O projeto quer ser um caminho aos trabalhadores que “tiveram seus direitos lesados ou que tenham dificuldades para encontrar ajuda com atendimentos de qualidade e como pesquisa e extensão ele é importante para construção de análises mais reais sobre os ocultamentos do adoecimento do trabalhador”, explica o vice-coordenador Eddine. O projeto conta com bolsas de pesquisa para fomentar a busca do estudante pelo conhecimento e extensão. Foram selecionados, via edital, sete estudantes de graduação e três de pós-graduação.

Saiba mais

O Projeto nasceu na Universidade Federal da Bahia e hoje já está em 13 cidades. Já o atendimento aos trabalhadores foi iniciado nas seguintes localidades, em ordem alfabética: Belo Horizonte (UFMG); Brasília (UNB); Florianópolis (UFSC); João Pessoa (UFPB); Salvador (UFBA); Porto Alegre (UFRGS); Palmas (UFT); e Uberlândia (UFU).

Os números impressionantes da subnotificação de acidentes de trabalho, revelados por levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com o Ministério da Saúde, apontam para a magnitude do desafio que o projeto enfrenta. Estima-se que cerca de 4,9 milhões de pessoas tenham sofrido acidentes de trabalho no Brasil em 2013, um número alarmante que ressalta a urgência de ações como as propostas pelo Projeto Caminhos do Trabalho.

* Colaboradora eventual.