O Ministério Público Estadual (MPTO) promoveu nesta semana uma oficina pedagógica no âmbito do projeto Luzeiro, iniciativa do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Cesaf/ESMP). O encontro, realizado em Arraias, teve como tema a “Metodologia de Planejamento Participativo para Povos e Comunidades Tradicionais” e foi voltado para estudantes quilombolas e parceiros.

O principal objetivo do evento foi preparar os participantes para liderar um processo de planejamento participativo na comunidade quilombola Kalunga do Mimoso, localizada nas cidades de Arraias e Paranã. A ação busca fortalecer a organização comunitária, promover o desenvolvimento sustentável e valorizar a cultura local.

A oficina foi embasada em um diagnóstico participativo, realizado com base em entrevistas com 76 famílias da comunidade Kalunga do Mimoso. Durante a atividade, os participantes identificaram os principais problemas enfrentados pela comunidade, como moradias precárias, falta de coleta regular de lixo, abastecimento inadequado de água, ausência de saneamento básico, dificuldades no transporte público, acesso limitado à eletricidade e casos de violência doméstica.

A partir dessas observações, foi criado um plano de ação estruturado em quatro áreas: melhoria da infraestrutura e serviços essenciais; desenvolvimento econômico e agricultura sustentável; regularização fundiária e proteção do território; e preservação cultural e educação. Nos próximos dias, essas questões serão debatidas com os membros da comunidade para definir estratégias e soluções.

Os encontros para discutir o plano de ação estão agendados para as seguintes datas e locais, a partir das 9h:

– 17 de outubro: Núcleo Albino  

– 18 de outubro: Núcleo Matas  

– 19 de outubro: Núcleo Mimoso  

“O planejamento participativo coloca a comunidade no centro do processo decisório”, destaca a coordenadora pedagógica do Cesaf-ESMP, Cleivane Reis. “Ele exige compromisso coletivo, fortalecimento da organização local, parcerias estratégicas e acesso a recursos. Mas, acima de tudo, depende da participação ativa de cada membro da comunidade. Afinal, o futuro se constroi a muitas mãos, com união, diálogo e ação conjunta”, conclui.

A oficina contou com a colaboração de diversos parceiros, como estudantes quilombolas, professores da Universidade Federal do Tocantins (UFT), um servidor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), representantes da Associação da Comunidade Quilombola Kalunga do Mimoso, pesquisadores da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins) e membros da Secretaria de Estado da Cultura (Secult).