Queimadas no Brasil em 2024 devastam área equivalente ao estado do Tocantins, aponta MapBiomas

Entre janeiro e outubro de 2024, o Brasil sofreu com incêndios que devastaram uma área equivalente ao tamanho do estado do Tocantins, de acordo com relatório do site MapBiomas. No total, 27,6 milhões de hectares foram queimados, um aumento de 119% em relação ao mesmo período de 2023. Este é o maior índice desde o início da série histórica do Monitor do Fogo, do MapBiomas, em 2019.

O Tocantins foi o terceiro estado mais afetado pelas queimadas no Brasil em 2024, com 2,7 milhões de hectares consumidos pelo fogo entre janeiro e outubro. O estado ficou atrás apenas de Mato Grosso, que liderou com 6,7 milhões de hectares queimados (24% do total nacional), e do Pará, com 6,1 milhões de hectares. Juntos, esses três estados concentraram 56% de toda a área destruída no país. Entre os municípios mais impactados, São Félix do Xingu, no Pará, registrou a maior área queimada, com 1,4 milhão de hectares, seguido por Corumbá, no Mato Grosso do Sul, com 795 mil hectares.

A vegetação nativa foi a mais atingida, representando 74% do total queimado. As formações florestais concentraram 25% das áreas afetadas. A Amazônia liderou com 15,1 milhões de hectares queimados (55% do total), seguida pelo Cerrado, com 9,4 milhões de hectares – um aumento de 97% em relação ao ano passado. No Pantanal, o crescimento foi ainda mais expressivo: 1.017%, totalizando 1,8 milhão de hectares queimados.

Por outro lado, a área queimada no Pampa foi a menor dos últimos três anos, com apenas 3,2 mil hectares, reflexo do maior volume de chuvas em 2024. A Caatinga registrou redução de 49%, com 233 mil hectares queimados. Já na Mata Atlântica, foram atingidos 993 mil hectares, sendo 71% dessas áreas ocupadas por agropecuária.

As pastagens foram as áreas de uso antrópico mais atingidas, representando 21% de toda a área queimada no país. Foram 5,7 milhões de hectares de pastagens destruídos, um aumento de 58% em relação ao mesmo período de 2023. A Amazônia concentrou a maior parte, com 4,91 milhões de hectares queimados. Dentro desse total, as pastagens recém-plantadas foram as mais afetadas, correspondendo a 39% das áreas queimadas – proporção que chegou a 86% no bioma amazônico.