O superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Tocantins, Renan Bezerra de Melo, responsável pela manutenção da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que desabou no último domingo, 22, foi preso em 2017 pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Ápia, que investigava fraudes em licitações e contratos de obras, com suspeita de desvios superiores a R$ 200 milhões do BNDES. Ele é um dos filhos do ex-procurador geral de Justiça do Tocantins, Clenan Renault.

Atualmente, Melo é réu no Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins, após o caso ter sido transferido para essa jurisdição em 2020, sob a alegação de que os recursos desviados teriam financiado ilegalmente campanhas eleitorais. Em 2023, ele foi nomeado para o cargo atual pelo governo federal.

Até o momento, o desabamento da ponte resultou em quatro mortes confirmadas e 13 pessoas desaparecidas. Moradores já vinham denunciando regularmente nas redes sociais as condições precárias da estrutura, e no momento do colapso, um vereador estava gravando um vídeo para mostrar rachaduras na entrada da ponte. A falta de manutenção é apontada como a principal causa do desabamento.

A ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, também conhecida como Ponte de Estreito, foi construída na década de 1960 e possui 533 metros de extensão. O desabamento levou ao leito do rio quatro caminhões, três carros e três motocicletas.
As autoridades locais e federais prometeram esforços de resgate e a reconstrução rápida da ponte. No entanto, há críticas sobre a ausência de ações preventivas, apesar das denúncias anteriores sobre as condições estruturais da ponte.

A nomeação de Renan Bezerra de Melo para o cargo de superintendente do Dnit no Tocantins em 2023 ocorreu apesar de seu histórico de acusações de corrupção. Segundo a imprensa local, ele teria sido indicado para a função pelo deputado federal Ricardo Ayres (Republicanos-TO), que pertence à base aliada do governo.