O Tocantins registrou seca em quase todo o seu território entre os meses de abril e junho de 2024, segundo monitoramento apontado pelo site Monitorador de Secas do Brasil. Embora a situação neste intervalo não tenha se agravado, no último mês de junho, o estado se dividiu entre regiões de seca fraca, concentrada entre o norte e o leste do estado, com uma pequena faixa no extremo sul; áreas de seca moderada, que envolve grande parte da região central do estado, e uma parcela considerável de seca grave, que envolve a região centro-oeste do Tocantins, como mostra o mapa abaixo: 

Os dados são obtidos através da colaboração de entidades parceiras de diversos estados brasileiros, cada uma desempenhando diferentes funções no processo. No Tocantins, por exemplo, a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh/TO) é responsável por fornecer os dados necessários. A ferramenta permite comparar mensalmente a evolução das secas nos 26 estados e no Distrito Federal. Recentemente, o Amapá também passou a integrar o Monitor em dezembro de 2023, completando assim a expansão do projeto.

A metodologia do Monitor de Secas foi inspirada no modelo adotado pelos Estados Unidos e pelo México. O processo inclui a coleta de dados, o cálculo de indicadores de seca, a elaboração dos mapas preliminares pela equipe responsável, a validação pelos estados envolvidos e, por fim, a divulgação da versão final do Mapa do Monitor. Este mapa classifica a severidade das secas com base no histórico climático da região, indicando desde a ausência do fenômeno até secas relativas.

O Monitor acompanha de forma contínua a intensidade das secas no Brasil, utilizando indicadores específicos e avaliando os impactos a curto e longo prazo. Em relação ao Tocantins, apenas uma pequena área no extremo sudeste do estado apresenta impactos de longo prazo. Os efeitos imediatos são relacionados a déficits de precipitação ocorridos nos últimos seis meses, enquanto os efeitos de longo prazo são observados após este período.

Sob coordenação da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com o suporte da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o Monitor de Secas é desenvolvido em colaboração com várias instituições estaduais e federais especializadas em clima e recursos hídricos, que contribuem na elaboração e validação dos mapas.

A ferramenta é principalmente utilizada para ajudar no planejamento e na implementação de políticas públicas de enfrentamento à seca e está acessível tanto através do site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos Android e iOS.