Sete anos após a morte de Wilque Romano da Silva, de 19 anos, o policial militar acusado pelo disparo que o matou foi absolvido em julgamento realizado na Comarca de Formoso do Araguaia. A decisão foi tomada pelo Tribunal do Júri e divulgada na madrugada desta quinta-feira (22).

O réu, Leandro Marques de Castro, foi julgado por homicídio qualificado. Ele respondia ao processo em liberdade desde que foi denunciado pelo Ministério Público do Tocantins (MPTO) em 2018.

O caso ocorreu em janeiro de 2018, quando Wilque foi baleado durante uma abordagem da Polícia Militar enquanto pilotava uma moto no setor Aliança, em Formoso do Araguaia. A PM informou na época que o jovem tentou fugir e atirou contra os policiais. Já a família do rapaz afirmou que ele não estava armado e que foi atingido pelas costas.

Durante o julgamento, os jurados consideraram que não houve crime por parte do policial e votaram pela absolvição. O juiz responsável pelo caso, Valdemir Braga de Aquino Mendonça, também dispensou o réu do pagamento de custas processuais.

O advogado de defesa, Paulo Roberto da Silva, afirmou que a decisão refletiu as provas apresentadas. “O júri decidiu com base no que foi debatido em plenário. Foi uma decisão justa e que a sociedade local compreendeu bem”, declarou.

O Ministério Público ainda não informou se irá recorrer do resultado.

Relembre o caso

Wilque Romano morreu no dia 3 de janeiro de 2018 após ser baleado durante uma abordagem policial. Segundo testemunhas, ele teria empinado a moto, o que chamou a atenção dos policiais. Na sequência, foi alvejado e caiu próximo a uma árvore, onde morreu. Laudo da perícia indicou que o disparo foi feito pelas costas e perfurou o pulmão do jovem.

Vídeos que circularam nas redes sociais mostraram a movimentação dos policiais após o tiro. A versão da polícia, contestada pela família, era de que o jovem sacou uma arma e atirou contra a equipe.