A morte do vigilante Dhemis Augusto Santos, de 35 anos, ocorrida em uma galeria da região central de Palmas, completa duas semanas neste sábado, 13, sem que o principal suspeito pelo crime tenha sido localizado ou preso. Waldecir José de Lima Júnior, de 40 anos, é procurado pela Polícia Civil do Tocantins, que divulgou cartazes e realiza diligências para localizar o investigado.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Tocantins (SSP-TO) informou que o caso continua sob investigação da 1ª Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (1ª DHPP), mas que não há novas informações públicas sobre o andamento do inquérito até o momento.

Waldecir é registrado como Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC), o que autoriza a posse de arma para atividades específicas, mas não o porte em via pública. Ele é identificado nas imagens de circuito interno da galeria como o autor dos disparos que atingiram Dhemis após uma discussão motivada pela forma como o veículo que dirigia foi estacionado no estacionamento.

A arma que pode ter sido usada no crime foi localizada e apreendida pela Polícia Civil após a defesa de Waldecir informar onde ela estaria escondida em um imóvel na capital. O armamento foi encaminhado para perícia técnica, conforme a SSP-TO.

A defesa de Waldecir afirmou que o investigado ainda não se apresentou à Polícia Civil por não se sentir seguro diante da forte repercussão do caso. Segundo o advogado Zenil Drummond, o cliente teme pela própria integridade.

Irmão se entregou à polícia

Enquanto a busca pelo suspeito principal segue sem resultados, um desdobramento envolvendo sua família ganhou repercussão. Waldemar José de Lima Neto, irmão de Waldecir, se apresentou à Polícia Civil em Palmas no início de dezembro e foi detido em cumprimento a um mandado de prisão expedido pela Justiça de Goiás em outro processo, sem relação direta com o homicídio no shopping. A apresentação de Waldemar ocorreu após a divulgação de seu parentesco com o investigado pela imprensa.

De acordo com a denúncia no processo em que Waldemar é réu, ele responde a acusações ligadas à atuação de uma organização criminosa investigada pela Justiça goiana por crimes como golpe imobiliário, falsificação de documentos e corrupção de policiais, entre outras imputações. Esse mandado foi cumprido em Palmas, e Waldemar foi encaminhado ao presídio da capital.

Dhemis era natural de Sergipe e havia se mudado para o Tocantins em busca de trabalho, vivendo em Palmas há cerca de um ano, buscando estabilidade e com planos de construir uma família. Ele trabalhava como vigia para uma empresa terceirizada contratada pelo shopping onde foi baleado na noite de 29 de novembro, após advertir o motorista sobre o estacionamento irregular de seu veículo. Dhemis foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.