Taxa de analfabetismo no Tocantins atinge 6,6% em 2024, menor índice já registrado no estado

13 junho 2025 às 15h21

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Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (13) mostram que o Tocantins alcançou, em 2024, a menor taxa de analfabetismo de sua série histórica. Segundo os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) – Educação, 6,6% da população com 15 anos ou mais não sabia ler nem escrever um bilhete simples.
Embora o número represente um avanço em relação a 2023, quando o índice era de 7,8%, a taxa tocantinense ainda se mantém acima da média nacional, fixada em 5,3%, e do índice da Região Norte, que ficou em 6,0%.
De acordo com a pesquisa, a redução no Tocantins significou a saída de aproximadamente 12 mil pessoas da condição de analfabetismo em um ano, caindo de 96 mil para 84 mil pessoas.
Analfabetismo entre idosos segue elevado
A pesquisa também apontou diferenças significativas conforme a faixa etária. No Brasil, a taxa de analfabetismo entre pessoas com 60 anos ou mais foi de 14,9% em 2024. No Tocantins, esse percentual ficou em 23,5%, o segundo maior da Região Norte, atrás apenas do Acre (28,2%).
Nível de instrução apresenta melhora
Outro indicador levantado pela PNAD Contínua mostra que a taxa de pessoas com 25 anos ou mais sem instrução no Tocantins caiu de 9,8% para 7,3%. Também foram registradas reduções nas proporções de pessoas com ensino fundamental completo e ensino médio incompleto.
Por outro lado, cresceu a participação de pessoas com ensino fundamental incompleto, que passou de 27,2% para 29,3%. Já os índices de ensino médio completo (28,5%) e ensino superior completo (19,6%) permaneceram estáveis.
Diferença entre homens e mulheres no tempo de estudo
O levantamento revelou ainda que, em 2024, as mulheres tocantinenses registraram, em média, 10,3 anos de estudo, enquanto os homens tiveram 9,1 anos. No Brasil, essa diferença foi menor: 10,3 anos para mulheres e 9,9 anos para homens. No Tocantins, a média geral de anos de estudo ficou em 9,7 anos.
A pesquisa também indicou desigualdade racial: enquanto pessoas brancas tiveram, em média, 10,9 anos de estudo, a média para pretos e pardos ficou em 9,4 anos.
Escolarização quase universal entre crianças
Entre as crianças de quatro e cinco anos no Tocantins, a taxa de escolarização alcançou 97,1% em 2024, superior à média nacional de 93,4%. Na faixa de seis a 14 anos, o índice chegou a 99,7%, e entre os adolescentes de 15 a 17 anos, 92,6% frequentavam a escola.
Quanto à taxa de frequência escolar líquida — indicador que avalia se os estudantes estão cursando o ano adequado para sua idade — o Tocantins registrou 94,8% para crianças de seis a 14 anos e 80,4% para adolescentes de 15 a 17 anos. Entre jovens pretos ou pardos dessa faixa etária, o percentual ficou em 78,4%, abaixo dos 90,6% registrados para jovens brancos.
Jovens fora da escola e do mercado de trabalho
Em 2024, 70 mil jovens tocantinenses entre 15 e 29 anos não estudavam, não trabalhavam e não participavam de cursos de qualificação profissional, o equivalente a 17,6% desse grupo etário no estado. O índice está abaixo da média nacional, que foi de 18,5%.
A pesquisa também mostrou que 24,7% dos jovens não estavam ocupados, mas estudavam ou se qualificavam, enquanto 38,9% trabalhavam sem estar estudando. Outros 18,78% conciliavam ocupação com estudo ou curso de qualificação.