Durante a WTM Latin America, evento voltado ao setor de turismo realizado em São Paulo, o secretário de Turismo do Tocantins, Hercy Filho, participou de agendas com operadores e agentes do setor com o objetivo de fortalecer conexões e atrair investimentos para o estado. Segundo ele, a presença na feira visa ainda enfrentar obstáculos que dificultam o avanço da atividade turística na região. Evento começou nesta segunda-feira, 14, e segue até quarta, 16. 

“Somos um estado ainda jovem, com apenas 35 anos, e por isso não conseguimos estar presencialmente em todas as feiras importantes do setor. Mas a WTM Latin America é estratégica pela capacidade de relacionamento que proporciona com o trade turístico”, explicou Hercy Filho.

Além da articulação com operadores do setor, o secretário participa também da reunião do Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Turismo (Fornatur), promovida durante o evento. De acordo com Hercy, encontros como esse são fundamentais para o alinhamento de demandas regionais e nacionais. “É uma oportunidade de troca, onde conseguimos apresentar demandas, como a questão da malha aérea, que afeta não só o Tocantins, mas todo o Brasil”, afirmou.

Entre os principais desafios destacados está a oferta limitada de voos e o alto custo das passagens aéreas. “O Brasil é um país continental, com distâncias longas, e os preços das passagens se tornam um fator limitador. Recentemente, paguei R$ 600 por um voo entre Madri e Porto. Aqui, esse valor não cobre nem um voo de duas horas se não for uma promoção muito específica”, comparou.

Hercy também ressaltou a necessidade de regulamentação de um subsídio para passagens aéreas na Região Norte, conforme previsto na Lei Geral do Turismo. A proposta busca diminuir os custos e ampliar o fluxo de visitantes. “Estamos em articulação com o Congresso Nacional, com o presidente da Comissão de Turismo, Marcelo Álvaro, e com a senadora Dorinha, para que esse subsídio realmente chegue à ponta e aumente o fluxo de visitantes para a região”, disse.

Ao tratar da atuação em rede entre os estados nortistas, o secretário mencionou a Rede Amazônica Integrada (RAI), que reúne os entes da região em iniciativas conjuntas de promoção internacional. “Fizemos dois meetings na Europa, em Madri e Porto, e estamos organizando novas ações. Temos identidade própria, cultura e ecossistemas semelhantes, que despertam o interesse do mundo”, declarou.

Na avaliação do secretário, o turismo é uma alternativa para geração de renda em comunidades locais e pode contribuir para a preservação ambiental. “Se queremos manter a floresta em pé, é preciso gerar renda para as populações nativas por meio do turismo. Só assim essas comunidades terão meios de subsistência sem desmatar”, defendeu.

Sobre a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), marcada para 2025 em Belém, Hercy Filho afirmou que a realização do evento representa uma oportunidade de projeção internacional para a região, embora existam desafios a serem enfrentados. “A Amazônia tem tudo para receber o mundo. Ela é linda, diversa, e o turismo ali é uma oportunidade para mostrar isso. Mas precisamos encarar os problemas reais e buscar soluções práticas. Não dá para maquiar o Brasil”, concluiu.