Tocantins é o segundo estado do Norte com mais casos de autoagressão entre adolescentes

23 setembro 2025 às 08h56

COMPARTILHAR
O Tocantins registrou 1.183 casos de violência autoprovocada entre adolescentes de 10 a 19 anos nos últimos dois anos, ficando atrás apenas do Pará na região Norte, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) compilados pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). O levantamento, divulgado durante o Setembro Amarelo, alerta que cada 10 minutos há, em média, ao menos um episódio envolvendo jovens nessa faixa etária no Brasil, incluindo autolesões e tentativas de suicídio.
No país, a média diária de atendimentos para adolescentes atingiu 137 casos, mas a SBP destaca a possibilidade de subnotificação, já que nem todos os atendimentos em hospitais, escolas ou rede privada são informados. Entre os sinais de alerta estão tristeza persistente, abandono de atividades prazerosas, envolvimento em situações de risco e ausência de expectativas para o futuro.
O levantamento aponta ainda que 3,8 mil adolescentes foram hospitalizados devido à gravidade dos episódios, sendo a maior parte entre 15 e 19 anos. O estudo indica também que aproximadamente 1 mil adolescentes morrem por suicídio por ano, com a faixa de 15 a 19 anos mais afetada.
A SBP reforça que pais, responsáveis, educadores e profissionais de saúde devem ouvir e acolher os jovens, além de orientar sobre prevenção e cuidados com a saúde mental. Serviços disponíveis no Tocantins incluem Centros de Atenção Psicossocial (Caps), Unidades Básicas de Saúde, UPAs, SAMU 192, pronto-socorros e o Centro de Valorização da Vida (CVV – 188), que oferece atendimento voluntário e gratuito 24 horas.
Entre os estados do país, o Sudeste concentra quase metade das notificações, puxado por São Paulo, seguido pelo Nordeste e Sul, enquanto Centro-Oeste registra 9.782 casos, com Goiás em destaque. A SBP alerta que fatores como ansiedade, depressão, sobrecarga familiar, carência de acompanhamento médico contínuo, pressão escolar e riscos do ambiente digital contribuem para o aumento dos episódios de autoagressão entre adolescentes.