Tocantins registra aumento de 0,7 ponto percentual na insegurança alimentar, aponta IBGE

13 outubro 2025 às 14h10

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O Tocantins foi um dos poucos estados brasileiros a registrar aumento na proporção de domicílios em insegurança alimentar entre 2023 e 2024. De acordo com dados da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia), aplicada na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc) do 4º trimestre de 2024, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (10.10), o índice subiu de 28,9% para 29,6%, uma variação de 0,7 ponto percentual.
Em nível nacional, todas as regiões do país registraram diminuição no número de lares em situação de fome. A região Nordeste apresentou a maior redução da insegurança alimentar grave, situação em que a fome passa a ser uma experiência vivida no domicílio e afeta também as crianças. Em um ano, o percentual caiu de 6,3% para 4,8%.
O Norte foi a segunda região com maior diminuição da fome, entre 2023 e 2024, em pontos percentuais: de 7,7% para 6,3%.
No Centro-Oeste, o índice passou de 3,6% para 2,8%; no Sudeste, de 2,9% para 2,3%; e no Sul, de 2% para 1,7%.
Assim como ocorreu na redução da fome, o Nordeste também liderou o crescimento de domicílios em segurança alimentar. A situação é caracterizada quando a família tem acesso regular e permanente a alimentos de qualidade e em quantidade suficiente, sem comprometer outras necessidades essenciais. Nos nove estados da região, o índice aumentou de 61,1% para 65,2% entre 2023 e 2024.
Na sequência, o Centro-Oeste apresentou 79,5% de domicílios em situação de segurança alimentar em 2024, ante 75,6% em 2023.
O Sudeste teve aumento de 77% para 80,3%; o Norte, de 60,1% para 62,4%; e o Sul registrou a maior proporção de lares em segurança alimentar, passando de 83,5% para 86,4% no mesmo período.
“A pesquisa mostra que o Brasil está avançando na luta contra a fome. Os números refletem a prioridade do governo e a decisão política do presidente Lula de enfrentar esse flagelo. Mostram a eficácia da implementação de um conjunto de políticas públicas em todas as regiões, sob a estratégia definida no Plano Brasil Sem Fome. Os resultados mostram que estamos no caminho certo e vamos seguir empenhados em realizar os avanços ainda necessários e combater as disparidades”, afirmou o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias.
Unidades da Federação
A maioria das Unidades da Federação apresentou melhora na situação de insegurança alimentar entre 2023 e 2024. As exceções foram Roraima, que passou de 36,4% para 43,6%; Distrito Federal, de 26,5% para 27,0%; Amapá, de 30,7% para 32,5%; e Tocantins, que teve variação de 28,9% para 29,6%.
Por outro lado, nove estados registraram menos de 20% no índice de insegurança alimentar: Santa Catarina (9,4%), Espírito Santo (13,5%), Rio Grande do Sul (14,8%), Paraná (15,3%), Goiás (17,9%), Mato Grosso do Sul (18,5%), Rondônia (18,5%), São Paulo (19,3%) e Minas Gerais (19,5%).
Dados gerais
No total do país, a proporção de domicílios em insegurança alimentar grave caiu para 3,2% em dois anos. Em números absolutos, mais de dois milhões de pessoas deixaram de viver em situação de fome no intervalo de um ano. Em 2023, o índice era de 4,1%.
A Ebia aponta que o percentual de domicílios em segurança alimentar passou de 72,4% em 2023 para 75,8% em 2024, o que representa 8,8 milhões de pessoas a mais incluídas nesse patamar.
Os dados divulgados pelo IBGE fazem parte do módulo Segurança Alimentar da PNAD Contínua, elaborado em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).
A pesquisa classifica a insegurança alimentar em três níveis:
- Insegurança alimentar leve: preocupação ou incerteza quanto ao acesso a alimentos e redução da qualidade para não afetar a quantidade;
- Insegurança alimentar moderada: falta de qualidade e redução na quantidade de alimentos entre adultos;
- Insegurança alimentar grave: falta de qualidade e redução na quantidade de alimentos também entre menores de 18 anos. Nessa situação, a fome passa a ser uma experiência vivida no domicílio.