Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o Tocantins registrou uma queda de 29% nos alertas de desmatamento no bioma Cerrado entre agosto de 2024 e julho de 2025. Essa é uma das maiores reduções entre os estados que compõem o Cerrado, que teve, no total, uma queda de 20,8% no período.

Apesar da redução, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, alerta que a degradação florestal ainda é um desafio, especialmente com os efeitos das mudanças climáticas que aumentam a vulnerabilidade das florestas, mesmo sem queimadas.

No contexto nacional, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou que o compromisso do governo é alcançar desmatamento zero até 2030, com ações que envolvem prevenção, fiscalização e recuperação de áreas degradadas. Ela ressaltou ainda que a proteção ambiental passa por mudanças de paradigma, com foco na recuperação e uso sustentável das terras já ocupadas para reduzir a pressão sobre áreas naturais.

No Tocantins, as ações de combate ao desmatamento têm se intensificado, seguindo a linha de trabalho do governo federal e estadual. Além disso, o governo federal discute atualmente o projeto de lei sobre o licenciamento ambiental, que ainda não foi sancionado. Ambientalistas e a ministra Marina Silva manifestam preocupação com o texto, que, segundo eles, pode enfraquecer a proteção ambiental no país.

Dados recentes

No último mês, o Governo do Tocantins registrou uma redução de 19,9% na área desmatada entre janeiro e julho de 2025, totalizando 844,4 km², contra 1.054,0 km² no mesmo período de 2024.

O Boletim Mensal de Desmatamento nº 11/2025, publicado pela Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) e elaborado pelo Centro de Inteligência Geográfica em Gestão do Meio Ambiente (Cigma/Semarh), aponta que 72,4% da área desmatada foi autorizada ambientalmente, 6,2% ocorreu em áreas autorizadas com deslocamento, e o desmatamento não autorizado representou 21,3% do total.

Os meses da estação seca, especialmente maio, junho e julho, concentraram a maior parte dos registros de desmatamento no período. Quanto à distribuição por bioma, o Cerrado concentra praticamente toda a área desmatada, com 842,4 km², enquanto o Bioma Amazônico, na região norte do estado, teve apenas 2,0 km² de supressão vegetal.

Os dados foram obtidos a partir do sistema DETER (Avisos), do Inpe, e do Cigma/Semarh, ferramenta usada pela Semarh para monitorar as mudanças no uso do solo em todo o Tocantins.

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