Um decreto assinado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estabelece uma tarifa adicional de 40% sobre parte das exportações brasileiras, elevando o total da taxação para 50%. A medida passa a valer em sete dias, conforme comunicado divulgado nesta quarta-feira, 30, pela Casa Branca.

Mais de 680 itens foram excluídos da lista de produtos afetados. Entre eles, estão derivados de petróleo, minérios, alimentos, produtos ligados à energia e componentes da aviação civil. A Embraer, que se beneficia da exceção, teve alta de 10% na Bolsa após o anúncio. O dólar, que operava em alta, recuou.

As sobretaxas foram anunciadas originalmente em 9 de julho e representam uma das ações mais abrangentes adotadas pelos EUA em relação a parceiros comerciais.

No documento, a administração americana atribui a decisão a práticas do governo brasileiro classificadas como “ameaça incomum e extraordinária” à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA. O texto menciona também o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo o decreto, ações de autoridades brasileiras teriam interferido em interesses econômicos e institucionais dos EUA, incluindo liberdades civis e direitos de empresas americanas. Também há menção ao bloqueio de ativos de uma companhia dos Estados Unidos.

O conteúdo do decreto não menciona dados sobre o comércio bilateral, como balança comercial ou volume de exportações. A ordem executiva prevê a possibilidade de novas tarifas em caso de retaliação por parte do Brasil, e sugere reversão parcial ou total da medida, caso o governo brasileiro se alinhe às pautas americanas de segurança e política externa.