O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou na manhã desta terça-feira, 18, durante a inauguração da ponte sobre o rio Araguaia, entre Xambioá (TO) e São Geraldo do Araguaia (PA). Ele tratou do ritmo das obras federais, mencionou o agronegócio e puxou para o centro do palanque uma sinalização direta ao governador interino Laurez Moreira (PSD).

Lula afirmou que parte do agronegócio mantém resistência ao governo, mas disse que isso não altera a relação institucional com o setor. Segundo ele, o crédito agrícola segue ampliado e o Planalto não condiciona apoio técnico ou financeiro à simpatia política do produtor rural. “Não me importa se gosta ou não gosta de mim. O que me importa é que, se está produzindo para o bem do país, terá a ajuda necessária”, afirmou.

O presidente também reforçou que o PAC reúne investimentos de R$ 1,7 trilhão e frisou que o governo retomou obras herdadas de gestões anteriores. Ele citou a ponte do Araguaia como exemplo de projeto iniciado em outros mandatos e concluído agora. Na fala, lembrou que o país acumulou milhares de creches, escolas e unidades habitacionais paradas ao longo das últimas administrações.

Ao tratar da presença de Laurez no evento, Lula emendou a frase que virou o ponto político do discurso: disse que visita o Tocantins “pela primeira vez em que o estado terá um candidato fazendo o L”. Em seguida, brincou com o nome do governador e afirmou que, “se for generoso, fará dois L (o de Laurez e o de Lula)”. A fala puxou leitura eleitoral imediata, já que a disputa de 2026 começa a se formar e o PT ainda não ingressou publicamente na gestão interina do governador.

Lula também comentou o impacto da nova ponte e relacionou a obra a mudanças práticas, como o fim da dependência da balsa. Ressaltou que o trecho agora permite travessia sem custo e lembrou que o governo federal ampliou programas sociais como o subsídio ao gás de cozinha e a tarifa zero para consumidores de baixa renda.

A fala ainda incluiu referências à educação, comparação histórica com o atraso na criação de universidades no Brasil e recados sobre formação profissional. O presidente encerrou afirmando que obras públicas, pequenas ou grandes, reforçam presença do Estado e deixam marca permanente nas cidades.