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Ação cumpriu mandados de busca e apreensão; investigados seguem foragidos

A investigação segue em andamento

Após supostas ameaças de Josemar Casarin, parlamentar cobra respeito e fala sobre os impactos da violência política de gênero

O recente episódio envolvendo o prefeito de Colinas do Tocantins, Josemar Carlos Casarin (UB), e a vereadora Naiara Miranda (MDB) escancara uma realidade antiga, mas ainda presente: quando uma mulher se impõe, a resposta costuma vir na forma de ameaça e intimidação. Ao declarar-se independente na Câmara, Naiara Miranda exerceu um direito político fundamental. No entanto, a reação do prefeito mostrou que, para alguns, mulheres não podem ocupar espaços de decisão sem serem subjugadas ou vistas como uma ameaça.
A frase "Tu te prepara que aqui a bala pega", dita por Casarin, não é apenas um desabafo caloroso no meio de um debate político. Ela carrega um peso simbólico enorme: a tentativa de calar uma mulher por meio do medo. Não é coincidência que, historicamente, tantas mulheres sejam desencorajadas a entrar na política ou a se posicionar de forma autônoma. Quando o fazem, são tratadas como insolentes, rebeldes ou, como no caso de Naiara, como inimigas.
O fato de a vereadora ter ficado abalada ao ponto de chorar também reflete o peso dessa violência simbólica. Políticos trocam farpas o tempo todo, mas a diferença aqui está no tom e no contexto. Uma mulher que ousa romper com a cartilha da subserviência ainda precisa se preparar para resistir a ataques argumentativos e sempre a investidas que buscam desestabilizá-la emocionalmente.
Felizmente, o caso gerou reação. Alguns políticos manifestaram apoio à vereadora, demonstrando que a sociedade não tolera mais esse tipo de postura. No entanto, é curioso notar que, até o momento, não há pedidos formais de investigação ou punição para o prefeito. A solidariedade é necessária, mas de pouco adianta se não for acompanhada de ações concretas.
Este caso é um reflexo do que acontece não só na política, mas em diversos espaços da sociedade. Mulheres que se impõem no trabalho, na família ou em qualquer ambiente de poder frequentemente enfrentam retaliações. Seja através de ameaças explícitas, como no caso de Casarin, ou de formas mais sutis, como o descrédito e a desqualificação, a mensagem subjacente é sempre a mesma: "volte para o seu lugar".
Mas o que esse caso também nos ensina é que o medo não pode nos silenciar. Cada vez que uma mulher se recusa a se calar, cada vez que recebe apoio e continua sua luta, a estrutura machista e autoritária se fragiliza um pouco mais. O caminho ainda é longo, mas episódios como esse mostram que as mulheres não estão sozinhas. E que, mesmo com medo, é preciso falar.

Josemar Casarin disse à parlamentar para se preparar porque a “bala pega”, após ela declarar postura independente na Câmara de Colinas

Menor preço foi encontrado em Colinas e Miracema e maior em Palmas e Paraíso do Tocantins

Sessões serão realizadas de 1º a 27 de agosto em várias localidades do estado.

Além da aposta de Colinas, outros 21 tocantinenses também foram contemplados

Em continuidade às análises dos cenários políticos nas cidades com colégios eleitorais mais representativos no Tocantins, o Raio-X dessa semana se debruça sobre as cidades de Colinas e Paraíso. Caso queira ler a análise anterior, sobre a capital e Araguaína, clique aqui.
O cenário de Paraíso do Tocantins traz um prefeito bem avaliado pelo eleitorado. Sua gestão conta com mais 80% de aprovação, menos de 10% de rejeição e, segundo enquetes e levantamentos, mais de 70% das intenções de voto. Os números realmente impressionam. Celso Morais (MDB) resolveu permanecer no partido, apesar da transição que está em curso na sigla, pois a cidade de Paraíso é território demarcado por Marcelo Miranda. O deputado Alexandre Guimarães (REPU), que assumirá o MDB em breve, já sinalizou que respeitará as decisões do ex-governador, tanto em Paraíso, quanto em Palmas, onde o partido vai apoiar Janad Valcari (PL).

A força política de Morais também é significativa quando consegue juntar em seu palanque os três senadores do Tocantins, Eduardo Gomes (PL), Professora Dorinha (UB) e Irajá (PSD). Também conta com o apoio de seis deputados federais. O certo é que, com índices de rejeição irrisórios, o gestor é reconhecidamente uma personalidade de destaque na cidade e, também, na região do vale do Araguaia, em razão da sua atuação política, com ênfase na transparência e responsabilidade fiscal. Trata-se de um fortíssimo candidato, difícil de ser batido, mesmo contra forças dantescas a nível estadual.
Adversário conta com a força política do Palácio Araguaia
O principal adversário de Morais, é ninguém menos que o atual Secretário Estadual Executivo da governadoria, ex-deputado federal Osires Damaso – que presidia o PSC, atualmente incorporado pelo Podemos. Essa sigla está “nas mãos” do seu principal adversário (Celso). Isso obrigou Damaso a se filiar ao Solidariedade, partido comandado nacionalmente por Paulinho da Força, deliberadamente de centro-esquerda. Damaso já cometeu alguns erros nas escolhas partidárias e aliados. Exatamente em razão disso, acabou experimentando decepções no pleito de 2022, quando sofreu duas “rasteiras”, uma do ex-prefeito Carlos Amastha (PSB) e outra do senador Irajá. Para não correr mais riscos, é muito provável que o pré-candidato migre para o Republicanos, o partido do chefe do Palácio Araguaia, Wanderlei Barbosa, seu fortíssimo aliado. Ele também conta o apoio de um conhecido político da região do vale do Araguaia, o deputado estadual Nilton Franco (REPU).

O fato é que, apesar de Damaso ter um passado político na cidade, como também legados enquanto empreendedor e deputado - é necessário melhorar, significativamente(!), seus números na cidade. Ele obteve pouco mais de 9 mil votos em 2018 e aproximadamente 6 mil em 2022, como também, precisa diminuir sua rejeição. Caso consiga superar esses e outros problemas e, ainda, formar um forte grupo político, poderá se tornar um páreo duro para o atual prefeito.
Correndo por fora, mas não menos importante, Diego Pereira Lima, professor universitário, presidente do Atlético Cerrado e candidato derrotado na última eleição. Tem relativa força política na cidade, mas precisa criar musculatura, uma vez que sua última votação foi bem modesta. Já o Dr. Luiz Antônio, ex-vereador e líder do PT na cidade, acena com a pré-candidatura, no entanto, os bastidores indicam que é mais provável que apoie o candidato Damaso.
Em Colinas, atual prefeito também tem bons índices de popularidade
Assim como em Paraíso do Tocantins, em Colinas, o atual prefeito Josemar Carlos Casarin, popularmente conhecido como Dr. Kasarin (UB), tem uma boa avaliação popular, pouca rejeição entre os eleitores e conta com um grupo político de peso: a deputada estadual Vanda Monteiro (UB), o deputado federal Filipe Martins (PL) e o vice-governador Laurez Moreira (PDT). Em política, além de votos é necessário musculatura política. Apesar de novato, Kasarin demonstrou saber conduzir esse processo. É fortíssimo pré-candidato a reassumir o cargo de gestor municipal.
Adversários contam com fortes aliados e padrinhos políticos
São vários os possíveis adversários do folclórico Kasarin. O vereador e presidente da Câmara, Leandro Coutinho (PT), já sinalizou sua pré-candidatura a prefeito. Entretanto, encontra resistência dentro do próprio partido. Em que pese ter um dos expoentes da sigla na cidade, José Santana, como seu apoiador, a discussão passa por plenárias que ainda acontecerão. Por tal razão, o pré-candidato cogita trocar de partido no prazo da janela eleitoral, cujo destino inicial seria o MDB. Contudo, sua opção final foi pelo PSDB, comandado em âmbito estadual pela prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro. Ele conta com o apoio do deputado federal Toinho Andrade (REPU), mas os bastidores também indicam que o atual vice-prefeito do município, Francisco Delmares Nunes (Podemos), também está ao lado de Coutinho.
Presidente do Ruraltins também tem interesse na disputa
Paralelamente, o vereador licenciado - Washington Ayres (MDB) - atualmente presidente do Ruraltins, também é pré-candidato. Vereador de quatro mandatos, exercendo a presidência em dois deles, trata-se de uma referência política na cidade. Ele teria que renunciar ao cargo de presidente do órgão no prazo legal, como também, decidir se troca de sigla na janela partidária e, por fim, levar nomes de peso para sua campanha. Ele seria o nome do deputado federal Vicentinho Junior (PP), o que é um bom começo. Logicamente, na condição de assessor direto do governador, é provável que conte com o apoio do gestor, caso viabilize sua candidatura.
Também na disputa, a ex-vereadora Professora Raimundinha Almeida (PSD), filiada ao partido do senador Irajá. Nome forte na cidade, ela faz um reconhecido trabalho social, através de um hospital filantrópico. Possui estreitos laços com o deputado estadual Olyntho Neto (REPU) e com o federal Alexandre Guimarães, que obtiveram muitos votos na cidade por seu intermédio. Como já foi dito, este último está de malas prontas para aterrissar no MDB e assumir sua presidência no Estado do Tocantins. Por consequência, pode levar o partido para esse grupo político, como também, pode promover uma filiação em massa à nova sigla, inclusive da pré-candidata.
O favoritismo influencia no processo, contudo é apenas um dos fatores da eleição
Enfim, neste momento, é fato que ambos os prefeitos são favoritos para a disputa. Os adversários, quem quer que sejam após as conjecturas e convenções, enfrentarão dois nomes robustos já em exercício. Além disso, eles estarão com máquinas administrativas pesadas trabalhando – pelo simples fato de funcionarem dentro da previsibilidade – em favor de ambos. Claro que a tarefa é árdua, mas não é impossível. É preciso cooptar líderes e formar grupos políticos que – verdadeiramente(!) – tenham históricos de realizações nos respectivos municípios. “LiderONÇAS” devem ser evitadas e dispensadas.