Governador Wanderlei Barbosa nomeia parentes de vereadores para garantir presidência da Câmara para seu irmão
17 dezembro 2024 às 20h19
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O governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), nomeou quatro pessoas ligadas a vereadores de Palmas que terão direito a voto na eleição para a presidência da Câmara Municipal, marcada para o dia 1º de janeiro. A medida foi publicada no Diário Oficial do Estado desta segunda-feira, 16, e ocorre em meio às articulações para eleger seu irmão, Marilon Barbosa (Republicanos), como presidente da Casa.
Foram nomeadas:
- Bruna Vitória da Luz Silva, filha do vereador eleito Balaio (Avante);
- Elda Antunes Lopes Uchôa, esposa do vereador reeleito Rubens Uchôa (União Brasil);
- Evanilça Pereira de Sousa, esposa do vereador eleito Dian Carlos (Solidariedade);
- Luciavania Soares Ferreira, esposa do vereador reeleito Josmundo (PL).
As nomeações foram para cargos DAS-4 na Secretaria da Administração, com redistribuição automática para a Secretaria de Assuntos Institucionais. Os salários aproximam-se de R$7 mil.
Todos os vereadores que tiveram parentes contratados pelo governo estadual, apareceram em vídeo, mostrando apoio a Marilon Barbosa. Se considerarmos o vídeo como indicação, o irmão do governador deve ter pelo menos 13 votos para assumir a presidência da Câmara dos Vereadores de Palmas em 2025.
Contexto político
A disputa pela presidência da Câmara de Palmas opõe Marilon Barbosa (Republicanos), irmão do governador, ao atual presidente da Casa, Folha Filho (PSDB). Marilon conta com o apoio do grupo político do Palácio Araguaia, que possui a maioria na Câmara. O bloco oposicionista à prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB) e ao prefeito eleito Eduardo Siqueira Campos (Podemos) conquistou 16 das 23 cadeiras no Legislativo, número suficiente para aprovar até emendas à Lei Orgânica Municipal.
Questionamentos e repercussão
As nomeações geraram críticas e levantaram suspeitas sobre o uso da máquina pública estadual para influenciar a eleição do Legislativo municipal. A medida também suscita dúvidas sobre a necessidade e os critérios utilizados para as contratações, especialmente em um momento politicamente estratégico para a base governista.
A questão central é: o governador Wanderlei Barbosa precisaria lançar mão de cargos estaduais para garantir votos ao seu irmão? Ou as nomeações seriam apenas uma “coincidência” às vésperas da eleição da mesa diretora?