Quase duas semanas após protocolar o primeiro pedido de impeachment assinado por um parlamentar contra o governador afastado Wanderlei Barbosa (Republicanos), o deputado estadual Júnior Geo (PSDB) usou a tribuna da Assembleia Legislativa na manhã desta terça-feira, 25, para cobrar o andamento da solicitação. Geo não discursava desde 12 de novembro, data da Operação Nêmesis. Na semana passada, os deputados não compareceram às sessões.

No pronunciamento, o deputado afirmou que a Assembleia tem obrigação constitucional de analisar o pedido, que já está na Mesa Diretora junto a outras solicitações apresentadas por cidadãos e advogados. Geo destacou que o afastamento judicial determinado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), dentro das investigações das Operações Fames-19 e Nêmesis, reforça a necessidade de uma posição do Legislativo.

“Apresentei o pedido com fundamentação e com base em indícios documentados. Não há espaço para omissão”, declarou. Ele questionou a possibilidade da Assembleia permanecer inerte diante de decisões judiciais que apontam motivos suficientes para o afastamento do chefe do executivo.

O parlamentar também mencionou a sucessão de operações policiais envolvendo o governo, incluindo a investigação que apura tentativa de obstrução da Operação Fames-19, responsável por rastrear supostos desvios na compra de cestas básicas durante a pandemia. Geo afirmou que a sociedade cobra respostas e que a Casa de Leis deve preservar sua imagem institucional.

O pedido de impeachment segue para análise da Mesa Diretora, responsável por decidir se admite o processo e se instala uma comissão especial para conduzir os trabalhos. Geo afirmou que aguarda uma definição e insistiu que “não há justificativa para silêncio ou paralisação”. Os deputados presentes assistiram a manifestação em silêncio e logo após o discurso do parlamentar, a sessão foi suspensa para reunião das comissões.