Prefeito interino muda versão sobre exonerações de aliados de Eduardo Siqueira

02 julho 2025 às 12h07

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Em entrevista concedida na manhã desta quarta-feira, 2, o prefeito interino de Palmas, Carlos Eduardo Velozo (Agir), apresentou uma nova justificativa para a exoneração do ex-chefe de gabinete Carlos Júnior e do procurador-geral do município, Renato Oliveira, ambos ligados ao prefeito afastado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Eduardo Siqueira Campos (Podemos).
Inicialmente, tanto Carlos Júnior quanto Renato Oliveira divulgaram que a saída teria ocorrido por solicitação partidária, os dois declaram surpresa com a atitude do prefeito em exercício. No entanto, durante a entrevista, Carlos Velozo atribuiu as mudanças à necessidade de ter ao seu redor pessoas que lhe transmitam informações com mais clareza sobre a gestão.
“Na segunda-feira, tivemos uma reunião com todo o secretariado e dissemos que não haveria necessidade de mudanças. Só que essa necessidade surgiu. Agora, como prefeito da capital, eu preciso ser munido de informações. Deixei isso bem claro. E, na ausência dessas informações, preciso ter pessoas próximas que possam me passar o que está acontecendo”, afirmou.
Velozo também mencionou que houve, sim, um pedido do partido para que novas indicações fossem feitas, alinhadas à visão da legenda. “É um dos motivos. Também foi um pedido do próprio partido para colocarmos pessoas alinhadas com a visão partidária”, declarou.
Novos nomes
Entre as mudanças que acompanham esse movimento está a nomeação de Fábio Bernardino da Silva como novo secretário-chefe de Gabinete. A escolha foi oficializada na edição desta terça-feira, 1º, do Diário Oficial do Município. Vice-presidente nacional do Agir, partido do prefeito interino, Bernardino assumiu um dos cargos mais estratégicos da gestão sem, até o momento, qualquer interação pública com Velozo, os dois sequer se seguem nas redes sociais. Para uma função que exige confiança direta e sintonia constante, o distanciamento chama atenção.
A dúvida que paira é como o prefeito interino pretende se alinhar com alguém com quem, ao que tudo indica, não tem histórico de convivência política ou pessoal. A nomeação reforça a tese de influência direta do partido nas decisões da gestão interina, ao mesmo tempo em que marca um afastamento de figuras ligadas ao grupo de Eduardo Siqueira.