Um segundo turno é, por natureza, uma nova eleição, mesmo que traga consigo diversos aspectos do primeiro. Palmas vivenciará pela primeira vez o fenômeno, que traz dinâmicas próprias: novas alianças são formadas, antigas alianças desfeitas e as campanhas ganham mais intensidade, conforme vão se aproximando do dia do pleito. Nesse momento, candidatos, que até então, tinham algum pudor em fazer determinadas coisas, como ir a debates, acabam cedendo. Outros, que se alvoroçaram como sendo “independentes” acabam montando alianças, inclusive com ex-aliados do grupo opositor. 

Considerando que os vereadores já estão eleitos, o cenário da situação e oposição podem ser postos, ainda que ocorram variações ao longo do tempo. A candidata do PL, Janad Valcari, possui 16 cadeiras para um possível mandato em 2025, Eduardo Siqueira (Pode) possui, contando como certos, três vereadores, dois de seu partido e o apoio de Carlos Amastha (PSB). Podem ser incluídos na conta, o apoio de Thamires do Coletivo Somos (PT) e de três vereadores eleitos pelo PSDB: Márcio Reis, Folha e Waldson da Agesp, embora o partido tucano ainda não tenha declarado oficialmente apoio. No entanto, esse apoio, quando vier, faz parte de uma estratégia política para as eleições e não necessariamente esses partidos farão parte da base do governo que será eleito.                

Com todos esses pontos, algumas rusgas partidárias são destacadas. O partido Progressistas, por exemplo, que tem na figura de Vicentinho Júnior, seu presidente estadual, apoia Eduardo, já os dois vereadores eleitos pelo partido em Palmas, Wilton do Zé Branquim e Delma Freitas continuam do lado de Janad. Outra rusga partidária está se dando na Federação Brasil da Esperança, em que Ivory de Lira, dirigente estadual do PCdoB, deputado licenciado e secretário de Cidades do governo Wanderlei Barbosa, apoia Janad, enquanto a Federação declarou apoio à Eduardo. Situação igual ocorre com Luana Ribeiro, deputada suplente que substitui Ivory, que também faz parte da Federação, está do lado de Janad.

Um outro destaque vai para Laurez Moreira (PDT), vice-governador do Estado, que declarou neste segundo turno apoio à Eduardo, deixando a parceria entre ele o governador Wanderlei Barbosa (Repu) abalada novamente, já que o governador é um dos principais cabos eleitorais de Janad. Vale lembrar que os dois tiveram alguns desentendimentos, após Wanderlei exonerar três aliados de Laurez da cúpula do Palácio. A relação dos dois parecia ter se restabelecido, mas agora, estando em lados opostos da mesma moeda, pode ser que a relação esfrie novamente.

  
Mas nem só de Palmas vive a capital tocantinense. O apoio político local é importante, as alianças com os vereadores eleitos mais ainda, mas parlamentares nos níveis nacional e estadual também devem ser considerados. Nesse caso, Janad leva uma vantagem sobre Eduardo. A candidata liberal tem na sua campanha aliados como os dois senadores da República pelo Tocantins: Dorinha Seabra (UB) e Eduardo Gomes (PL), além do apoio do deputado federal Carlos Gaguim (UB). Gaguim que, aliás, disse que pretende mobilizar, pelo menos, 80 prefeitos eleitos, em todo o Tocantins, para fazerem parte da campanha de Janad. Feito que não parece impossível, se lembrarmos que 56 prefeitos eleitos no Estado são do mesmo partido do governador, o Republicanos.