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Bárbara Noleto
A legalização dos vapes, pods e canabinóides no Brasil exige um debate racional, baseado em evidências científicas e na experiência de países que já adotaram regulações eficazes.
A atual proibição não impede o consumo, mas impulsiona o mercado clandestino, dificultando a fiscalização e expondo os consumidores a riscos ainda maiores. Ao legalizar e regulamentar esses produtos, o país pode reduzir danos, fortalecer a economia e promover campanhas eficazes de conscientização.
Mercado clandestino e riscos à saúde
A proibição de vapes e pods não impediu seu uso, mas criou um cenário perigoso: o mercado ilegal inclui produtos sem controle de qualidade, muitas vezes contendo substâncias nocivas. No YouTube, é possível encontrar tutoriais ensinando a fabricar essências caseiras sem qualquer padrão de higiene ou segurança, aumentando os riscos à saúde dos consumidores.
Antes, era possível conhecer senhores e senhoras que fumaram durante toda a vida, e morreram por causas não relacionadas na velhice. Entretanto, quando a ilegalidade atinge, os fornecedores adicionam outros componentes, para que a mercadoria gere mais lucro.
Embora vapes e pods sejam apresentados como alternativa ao cigarro tradicional, especialistas alertam que eles ainda representam riscos significativos. O aerossol dos cigarros eletrônicos contém substâncias tóxicas que podem causar doenças pulmonares, cardíacas e até aumentar o risco de câncer.
A exposição à nicotina, especialmente na adolescência, pode afetar a capacidade de aprendizado e concentração. Assim, qualquer regulamentação deve ser acompanhada de controle rigoroso e campanhas educativas para minimizar os danos associados ao consumo.
Canabinóides: uso medicinal e potencial terapêutico

A legalização dos canabinóides para fins medicinais pode representar um avanço na saúde pública, beneficiando pacientes com doenças crônicas como epilepsia, dor crônica e esclerose múltipla. Estudos científicos demonstram o potencial terapêutico dessas substâncias, muitas vezes com menos efeitos colaterais do que os medicamentos tradicionais.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já autorizou alguns medicamentos à base de canabinóides, mas o alto custo e a burocracia ainda dificultam o acesso. A regulamentação da produção nacional reduziria a dependência de importações e garantiria maior acesso a tratamentos seguros e eficazes.
Impacto econômico e oportunidades para o agronegócio
A legalização de vapes, pods e canabinóides pode impulsionar a economia brasileira, gerando empregos, arrecadação de impostos e investimentos em pesquisa e desenvolvimento. O agronegócio, em particular, pode se beneficiar da produção de cânhamo para extração de canabinóides, uma planta com diversas aplicações industriais e potencial para fortalecer a agricultura nacional.
A Embrapa anunciou um programa de pesquisa de 12 anos voltado para o cultivo de cannabis, com o objetivo de aprimorar geneticamente a planta e estabelecer polos regionais de produção. O cânhamo não apenas possui valor medicinal, mas também serve na fabricação de tecidos, bioplásticos e outros produtos sustentáveis. Ou seja, representa uma oportunidade para produtores rurais diversificarem suas atividades e para o Brasil se tornar um exportador competitivo nesse setor.
Regulamentação e campanhas de conscientização

A experiência do Brasil com as campanhas antitabagismo nos anos 80 e 90 mostra a importância da informação na mudança de hábitos. A queda no número de fumantes é prova de que ações educativas, restrições e aumento de impostos sobre o cigarro gera resultados.
Da mesma forma, a legalização de vapes, pods e canabinóides deve ocorrer com campanhas de conscientização sobre seus riscos e benefícios. A população precisa de informações claras e precisas para tomar decisões informadas sobre o uso desses produtos, evitando tanto a desinformação quanto o incentivo indiscriminado ao consumo.
Afinal, não adianta o moralismo de ser contra, mas não se importar com as consequências disso na vida real. Em Goiânia, em qualquer saída com os amigos, nas baladas e botecos, é possível ver os vendedores ambulantes, os mesmos que vendem doces, vendendo também um cigarro eletrônico sabor melancia.
Regulamentar para avançar
A legalização de vapes, pods e canabinóides, sob fiscalização e regulamentação adequadas, pode representar um avanço para a saúde pública e a economia brasileira. Ao invés de ignorar a realidade, o Brasil pode adotar uma abordagem inteligente, focada na redução de danos, na geração de empregos e no acesso à informação.
Então é hora de substituir a proibição ineficaz por políticas baseadas em evidências, garantindo segurança aos consumidores e oportunidades para o país. Afinal, a clandestinidade não protege ninguém – apenas perpetua riscos e impede que o Brasil aproveite os benefícios da regulamentação.
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Durante a cerimônia de posse da nova mesa diretora do Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins (TJTO), realizada na segunda-feira, 3, a ex-presidente da Corte, desembargadora Etelvina Maria Sampaio Felipe, ao entregar o cargo, criticou os trabalhos da imprensa na cobertura da Operação Máximus, da Polícia Federal (PF). A investigação apura um esquema de venda de sentenças no judiciário tocantinense.
A magistrada disse ser contra a forma “espetaculosa e midiática” com que os membros da Corte foram tratados. “Alguns membros, sem qualquer chance de defesa, fomos jogados à arena implacável e insaciável das mídias locais e nacionais, assim como as pessoas eram jogadas aos leões no Coliseu da Roma Antiga”, declarou.
No Coliseu de Roma, execuções públicas eram entretenimento e punição. Métodos incluíam condenação às feras, combates forçados, crucificação, decapitação e pessoas eram queimadas vivas. Eram usadas para punir criminosos e reforçar o poder imperial.
Mas, ao analisar a cobertura dos fatos, percebe-se que as informações divulgadas são aquelas contidas no inquérito da PF. Não há mentiras, não há invenções. São provas. São achados de uma polícia que tem, entre suas atribuições, investigar crimes. Há documentos, depoimentos e evidências que apontam para um esquema que movimentou cifras estratosféricas, supostamente manipulando decisões. Conversas vazaram.
A PF identificou 14 casos distintos de corrupção — 14! — envolvendo desembargadores e juízes, com indícios de vantagens indevidas como viagens internacionais, dinheiro e bens de luxo. Entre as irregularidades, destacam-se: revogação de prisão mediante pagamento, decisões favorecendo hospitais e empresas, manipulação de precatórios e anulação de ações de improbidade. A investigação aponta para um esquema organizado envolvendo advogados e autoridades estaduais. A desembargadora Etelvina foi isenta de apenas uma das investigações em que é citada. E não é a primeira vez que uma investigação do tipo ocorre, cabe lembrar.
O que mudou na vida do Judiciário tocantinense após isso? Desembargador e juiz afastados seguem recebendo o mesmo salário de antes. Magistrados investigados continuam a despachar e a receber suas quantias. Um cidadão comum, sob suspeita tão grave, já estaria preso. Talvez não condenado — porque a Justiça andar rápido já é demais —, mas certamente não desfrutaria do mesmo conforto dos magistrados investigados.
Comparar a exposição de um inquérito policial que revela situações gravíssimas a um espetáculo sanguinário da Roma Antiga é, no mínimo, estarrecedor. Parafraseando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, quem não quer ser criticado, fique em casa. Não se ofereça a vida pública. E por que a imprensa deveria se calar diante de tais investigações?
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