Desde 2013, José Luiz Pereira Júnior, popularmente conhecido como Júnior Geo (Podemos), tem emergido como uma figura proeminente na esfera política de Palmas. Pré-candidato a prefeito da capital tocantinense, tornou-se professor efetivo no Instituto Federal do Tocantins (IFTO), desempenhando um papel crucial no cenário educacional de Palmas. Sua incursão na política iniciou-se em 2012, culminando na ocupação do cargo de vereador em 2013, com posterior reeleição em 2016. Em 2019, alçou voos mais altos ao assumir o posto de deputado estadual, conquistando o título de candidato mais votado em Palmas.

Nas eleições de 2020, Geo consolidou-se como uma força política ao conquistar o segundo lugar na disputa pela prefeitura de Palmas. Agora, em 2024, novamente coloca seu nome na corrida eleitoral, buscando ocupar o cargo de prefeito com propostas que refletem sua visão para o desenvolvimento e progresso da cidade.

Ao longo da entrevista ao Jornal Opção Tocantins exploraremos não apenas a trajetória, mas também as aspirações e propostas de Júnior Geo, vislumbrando entender como ele enxerga o futuro da cidade e como pretende moldar esse destino.

Hoje vejo a possibilidade real, não só da candidatura, mas também da minha eleição acontecer

O senhor é pré-candidato a prefeito de Palmas? Por que o senhor quer se eleger?

Eu sou pré-candidato à prefeitura porque vejo que espaços precisam ser ocupados por quem tem interesse em fazer a diferença. Ao longo do tempo, nós cidadãos nos deparamos muito com pessoas que querem ocupar espaços por poder e não por vontade de fazer, de trabalhar. Querem ser servidos e não servir. E isso eu vi ao longo do tempo. Tanto que a gente vê muita coisa errada acontecer. Então, não adianta a gente ficar discutindo, quando nós temos a oportunidade de também sermos candidatos e simplesmente recusamos a possibilidade. E hoje eu vejo a possibilidade real, não só da candidatura, mas também da minha eleição acontecer.

Estamos há um ano da eleição, e agora já tem pessoas fazendo pesquisas fraudulentas novamente

Em 2020, fui candidato de última hora e fiquei em segundo lugar disputando com 12 candidatos. E hoje acho difícil alguém me tirar do páreo. Fazem como fizeram no passado, as pesquisas fraudulentas. Lembro que na semana da eleição, em uma das pesquisas, eu estava em oitavo lugar. Fizeram uma sequência de pesquisas, e teve um deputado, colega meu aqui do parlamento, que falou: “Geo, eles vão lançar uma série de pesquisas colocando você terceiro, quarto, segundo. Quando chegar na época da eleição, você vai estar lá embaixo. Por que estão fazendo isso? Porque em todas as pesquisas que eles fazem, você é o único que ameaça e o único que tem chance de ganhar a eleição. Então, eles vão utilizar dessa estratégia para tentar te derrubar e confundir o eleitorado.” E da mesma forma como ocorreu em 2020, já começaram a fazer agora. Estamos há um ano da eleição, e agora já tem pessoas que estão fazendo pesquisas fraudulentas novamente. Literalmente me colocando em terceiro, quarto, quinto. Daqui a pouco, se tiver 12 candidatos, eu sou o décimo segundo.

Quando o eleitor pede alguma coisa em troca do seu voto, ele está sendo corrupto. Então, quando vamos acabar com a corrupção?

Nós vemos a corrupção acontecer em todas as áreas. A corrupção não é só dentro da política. Quando o eleitor pede alguma coisa em troca do seu voto, ele está sendo corrupto. Então, quando vamos acabar com a corrupção? Quando nós começarmos a fazer uma coisa séria. Um trabalho de conscientização com a população, mostrar que não precisa se vender por tão pouco. Me perguntaram em diversos momentos: Geo, por que no centro de Palmas tem área de lazer e na periferia não? Porque no centro de Palmas tem uma infraestrutura que não se encontra na periferia, um sentimento de segurança ou policiamento que não se encontra na periferia? E eu perguntei na época pra pessoas assim: se queriam que eu falasse a verdade. ‘Professor pode dizer a verdade’. Olha é simples: o voto no centro não se vende, ele se conquista com infraestrutura, com praças, com área de lazer, com cultura. É assim que se conquista o voto, com segurança, com limpeza urbana. Agora, na periferia não, o político fala assim: “ô, eu vou pegar e investir o dinheiro no centro porque assim eu vou ganhar o voto do centro e na periferia, na reta final, eu tenho dinheiro guardado pra comprar os votos porque é assim que se ganha o voto na periferia.” Então, enquanto o eleitor da periferia tiver esse sentimento e o político utilizar desse sentimento pra ganhar voto, aquele que mais precisa do investimento na infraestrutura, lazer, praças, segurança é aquele que mais será penalizado, simplesmente porque vendeu o seu voto.

Nosso transporte público apesar de ter mudado e da prefeitura ter assumido, está pior

Deputado, o sr. sendo eleito, qual seria a primeira coisa que faria para melhorar a cidade?

Ah, são tantas as primeiras coisas que a gente tem vontade de fazer. Um exemplo é o nosso transporte público apesar de ter mudado e a prefeitura ter assumido, está pior. O transporte público não tem como mudar de imediato, porque possivelmente deve ser feita licitação, para que uma empresa que já tem expertise na área possa assumir. Só que nós precisamos analisar um pouco mais a fundo, porque teoricamente essa empresa que ganha a licitação coloca os ônibus e nós temos em Palmas ônibus que são da prefeitura. O que é diferente e na realidade pra mim foi até uma surpresa eu saber disso. Eu não sei por quais motivos a prefeitura fornecia os ônibus para que a empresa Miracema administrasse e aparentemente foi isso que aconteceu. Porque quando a prefeita resolveu assumir o transporte coletivo, um dos fatores que provavelmente levou ela a assumir é porque os ônibus são dela. Não são da empresa. Mas se os ônibus são meus por que que eu estou deixando e pagando para que pessoa venha administrar? E pagando caro e essa pessoa ainda querendo aumentar o preço da passagem, isso não é o meu interesse. Então é uma caixa de Pandora que tem dentro do transporte coletivo do município de Palmas. Nós precisamos entender qual como é que está essa caixa de Pandora, o que tem dentro dela, o que compete ao município e tentar viabilizar a possibilidade de uma licitação. Se o transporte coletivo for do município e a gente, de repente, conseguir profissionais da área de transporte no país que tenham toda a expertise necessária, e se a gente já tem toda a estrutura, eles resolvem o problema, certo? Agora, se não tem essa expertise, se pode ocorrer o desfazimento dos ônibus e não ter perda tão significativa com isso, para a contratação de uma empresa ou de repente a empresa que vier a ser contratada através de uma licitação, ela tiver ou demonstrar o interesse em adquirir esses… É um estudo que tem que ser feito. É preciso se fazer um estudo para verificar qual o melhor caminho.

Licitação é uma possibilidade real. Certo? Licitação por quê? O que levaria a gente a promover a administração? Quais locais no país? Cidades de médio porte ou de grande porte que deram certo passando por parte do poder público. Por que deu certo? O que que foi feito lá que não está sendo feito aqui pra ainda se encontrar com alguns impasses com algumas deficiências? Certo? É necessário que isso dê um pouco mais de força mesmo. Seria inconsequente da minha parte que hoje ia dar uma solução sem conhecer a Caixa de Pandora. Sem saber como é.

Mas essa então não seria a primeira coisa que eu faria dada na realidade demora, que é um processo e de imediato você abrir o estudo com a comissão para verificar a situação e buscar uma solução de imediato, isso seria feito a solução que não consegue ser atingida imediatamente.

Se você não é uma pessoa bem quista dentro de um grupo ou dentro de um partido, não faz sentido você permanecer nele

O Podemos hoje tem um outro pré-candidato que é o Eduardo Siqueira Campos. O que o sr. pretende fazer nesta circunstância, disputará a indicação ou muda de partido?

O Podemos, eu não entendi a decisão do presidente estadual. Não sei se o interesse dele era com já estava conversado com outras pessoas pra tentar me retirar do projeto de eleição em Palmas e por isso resolveu convidar uma outra pessoa para ser candidato pelo meu partido. Mas, paciência. Na política a gente vê de tudo. Se você não é uma pessoa bem quista dentro de um grupo ou dentro de um partido, não faz sentido você permanecer nele, certo? Então, hoje nós estamos estudando possibilidades sim de imigração com todos os direitos garantidos, para que não ocorra perda de mandato. Uma vez que ocorreu incorporação, a legislação prevê que quem é pertencente ao partido incorporado possa promover a migração, certo? E isso a gente já está analisando, já conversamos com alguns partidos, já recebemos convites de alguns partidos de pessoas mais sérias do que o que nós nos deparamos com a presidência estadual. E vamos provavelmente sim migrar para outro partido e sair candidato a prefeito.

Eu sou oposição sempre às coisas erradas, independente do partido em que eu estiver

Também seria de oposição nesta eleição?

Na realidade, o que eu visualizo? Eu sou oposição sempre às coisas erradas, independente do partido que eu estiver. É o que for errado eu vou estar fazendo meu questionamento e mantendo a minha independência. Isso aí é uma característica minha. E eu brinco que a pessoa mais fácil de lidar sou eu. Porque diferente de muitos no meio político, eu não quero traição. Eu não sou duas caras. Eu não dou a palavra e faço outra coisa. Então tudo muito bem conversado não sai caro. Independente do partido que eu for entrar, já conhecem o meu posicionamento, já tenho pouco mais de dez anos que eu estou dentro da política, certo? Já sabe o que eu penso, já sabem o que eu defendo, que tenho algumas pautas que pra mim eu não abro mão, certo? Defesa do serviço público, sou contra majoração de impostos. Quando se fala de correção, ela é bem-vinda porque você também tem que corrigir o salário dos servidores. Então existe a correção, mas a correção é inflacionária, não é majoração. Então, é preciso diferenciar uma coisa da outra. Concessão de um Jalapão na vida pra mim não faz nem sentido, do jeito que estava sendo feito de forma obscura. Então tem pautas que não tem como. Mesmo se eu estiver em determinado grupo político e esse grupo hipoteticamente estiver à frente dessas decisões, o meu posicionamento vai ser firme deixando o grupo que eu não concordo com esse tipo de decisão. Agora, eu sou fácil de conversar. Seguro fala assim, ‘Júnior, seu posicionamento é inicialmente ao contrário, mas você abre espaço pra gente começar e tentar argumentar com você, porque nós chamamos essa decisão, pra mim é tranquilo demais. E no argumento você pode conseguir me convencer. Desde que eu me sinta convencido pela argumentação.

Mais de um ano antes da eleição já começaram essa tentativa de compra de votos

A sua campanha em 2020 foi bem exitosa, ficando em segundo lugar. O que o senhor pretende trazer dela para essa campanha atual?

Hoje nós já demonstramos que é possível. Muita gente fala que tem dinheiro e eu escutava muito isso na campanha de 2020. Muitos pré-candidatos vieram pra mim e falaram assim ‘Júnior, recua vem ser o vice’. ‘Júnior, recua e vem apoiar a gente, porque você não tem dinheiro. Eu ‘e você tem?’ E eles responderam ‘Ah, eu tenho dinheiro’. Então eu digo ‘por que você está preocupado comigo? Agora, mostra que você consegue mais votos que eu, com o dinheiro que você tem’. E ocorreu a eleição e não conseguiu me superar. Então não é o dinheiro que faz eleição. O dinheiro pode te proporcionar um ganho político, ele pode adquirir lideranças, ele pode trazer votos, mas ele não faz eleição acontecer, ele não é tudo.

O preço de alguns é uma televisão, geladeira ou ar-condicionado. O preço de outros talvez seja brinquedos. Talvez sejam cestas básicas. Então tentando comprar de todo jeito. Certo? Mais de um ano antes da eleição já começaram essa tentativa de compra de votos. O que pra mim é uma pena. É uma pena principalmente uma pessoa que tem interesse em ser candidata a prefeita ou gerenciar a nossa capital ter esse tipo de pensamento achando que ninguém está vendo. Será que vai de fato fazer uma boa gestão para população e é isso que eu quero combater. Eu quero combater esse ato de assistencialismo.